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Sindicato dos Jornalistas toma partido nas eleições

O Sindicato dos Jornalistas do Paraná tomou partido nas eleições. Em circular enviada aos candidatos, o sindicato diz que após a análise da conjuntura política nacional e do cenário estadual, seus diretores decidiram não apoiar nenhum candidato á presidência, Governo do Estado, senador, deputado estadual e federal.

Pois bem, é essa a história que conta, mas vejamos os fatos: Osmar Dias manda tirar o site Gazeta de Novo do ar – atentado a liberdade de expressão – e o sindicato não diz nada, afinal de contas, Guilhobel Camargo não é nem jornalista. Mais grave: Osmar Dias pede a suspensão e circulação do jornal HoraH e o sindicato niente, nada de nota, entrevista, solidariedade aos jornalistas que trabalham no HoraH, necas de catibiriba. Osmar Dias manda sua assessora de imprensa ligar para jornalistas, entre eles Fábio Campana, ameaçando com dossiês se não se comportarem ao gosto do senador e o sindicato emudece, cala, faz de conta que não é com ele.

Agora um pedido para se averiguar vazamento de informações se torna um atentado á imprensa nas páginas da Gazeta do Povo e o sindicato vem a público repudiar a suposta tentativa sem ao menos ler direito o pedidp que foi formulado e esclarecido pelo jurídico do PMDB. Embarcou no "frenesi" como diria o advogado Guilherme Gonçalves.

E tem mais: no rosário corporativista que se sustenta a carta compromisso aos candidatos, o Sindicato do Jornalistas enfia o pé na jaca no item quatro quando pede aos candidatos para que lutem pela democratização da comunicação e para que a TV e Rádio Educativa "cumpram seu papel de canal público a serviço de assuntos de interesse público, deixando de ser usadas com fins claramente político".

A diretoria do sindicato, com certeza, não assiste TV Educativa e muito menos escuta a Rádio Educativa. Devia assistir e escutar parte de toda a programação. As duas emissoras são exemplos de canais públicos e trazem na sua programação aquilo que não interessa e que devia ser pautado nas emissoras abertas e faz disso uma opção claramente política. Ou o Sindicato dos Jornalistas prefere a mídia comprometida, partidarizada, como faz a Globo, RPC, Gazeta do Povo e os jornalões como a Estadão e a Folha de S. Paulo?

Outro absurdo, até para ser elegante, está no item 6 da carta de compromisso, onde o sindicato pede que os candidatos se comprometam com a "adoção da mídia técnica no Paraná, ou seja, definição de critérios técnicos para liberação de recursos públicos destinados aos veículos de comunicação de massa". O que o sindicato quer com isso? Quer que volte o jabá da Gazeta do Povo, que levou R$ 41 milhões do governo Lerner?  Lerner, vale lembrar, também protagonizou páginas e páginas de anúncios no jornal do sindicato.

Democratização da mídia, que está sob controle de três quatro famílias no Paraná, passa por fortalecer e consolidar a TV Educatica, a Rádio Educativa, em ampliar a instalação dos telecentros nas escolas, associações, em apoiar os jornais e revistas e outras publicações de bairros, comunitários, segmentados, de grêmios estudantis, centros acadêmicos e DCE`s, de apoiar projetos de incentivos e ampliação da leitura, de apoiar e incentivar a criação de agências de notícias, além da parafernália de divulgação de noticioso independente que se dá para fazer na internet (blogs, colunas, sites, fotologs, videologs, etc).

Resumo da ópera: o Sindicato dos Jornalistas, além de reduzir sua ação a blague corporativa, fica ao lado dos poderosos e conservadores nas eleições deste ano no Paraná.