Arquivos

Categorias

Os populares santos juninos, por Gilmar Cardoso

“Eu pedi numa oração ao querido São João que me desse um matrimônio. São João disse que não! São João disse que não! Isso é la com Santo Antônio” (Mário Rei – Isto é lá com Santo Antonio).

Santo Antônio, São João e São Pedro. As celebrações do mês de junho, além de animadas são as mais populares e devotadas do país. O santo casamenteiro, o protetor dos doentes e o dono das chaves e da chuva, agitam todas as regiões do nosso país continental, abençoado por Deus e bonito por natureza.

Santo Antônio de Pádua, sacerdote franciscano e doutor da Igreja. Mundialmente conhecido por interceder por quem quer encontrar o amor da vida ou para resolver conflitos com a pessoa amada. Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamento, Antônio ficou conhecido por conta da ajuda que dava a moças humildes para conseguirem dote e um enxoval para o casamento.

Veja também

Além disso, o santo também é o padroeiro dos pobres por distribuir alimentos aos menos favorecidos, de onde surgiu o “pão dos pobres” ou o “pãozinho de Santo Antônio”; e também ajuda as pessoas a encontrarem objetos perdidos. O casamenteiro é o segundo com maior número de devotos no Brasil.

Santo Antônio, que ao nascer em Lisboa recebeu o nome de Fernando, desde pequeno se dedicava a fazer orações pedindo proteção à Deus. Na juventude farta e abundante renunciada em favor do ingresso para a clausura em convento franciscano na Itália, seus sermões tornaram-se célebres na Igreja católica e as pregações e milagres foram responsáveis pela conversão de milhares de pessoas. Foi o primeiro doutor da Igreja Franciscana e lecionou em universidades italianas e francesas. Faleceu à 13 de junho de 1231 aos 36 anos de idade e foi canonizado apenas 11 meses após a sua morte pelo Papa Pio XII.

Junho celebra ainda a festa de São João no dia 24, por ser tradicionalmente atribuída ao nascimento de João Batista. Existem duas explicações para a origem do termo festa junina e a primeira delas dá-se pelo fato das comemorações ocorrerem obviamente no mês de junho, mas, outra com forte fundamento é por conta de uma homenagem direta a São João; que no princípio, em vários países europeus eram chamadas de festas Joaninas.

São João é considerado o santo mais próximo de Cristo, pois, além de ser parente de sangue, Jesus foi batizado por João nas margens do rio Jordão. O festeiro, como é chamado é o patrono da alegria popularmente denominada festas juninas – o auge das comemorações – e cujas festividades são marcadas por danças, pratos típicos e brincadeiras pelo país afora.

Quase no findar do mês em 29 de junho comemoramos o Dia de São Pedro. Nas tradições do catolicismo popular, principalmente o brasileiro, a data também é comemorada com fogueira, fogos de artifícios, comidas típicas, quadrilhas e outros componentes dos festejos que incluem quermeses, arraiás e fogueiras similares ao São João.

A data é identificada como sendo a da morte de Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus, tido como sendo o guardião das portas do céu e responsável por fazer chover sobre a terra. Ainda protege os pescadores e as viúvas. Líder dos discípulos e fundador da Igreja, Pedro é considerado o primeiro Papa.

Filho de Jonas e pescador de profissão, antes chamava-se Simão. No ano de 64, Pedro estava preso condenado a morrer crucificado. Conseguiu convencer seus carrascos a crucificá-lo de cabeça para baixo, porque não se achava digno de ser tratado como seu Mestre, o Cristo.

Exemplos de fé, fidelidade e amor os santos Antônio, João e Pedro colorem as festas juninas e trazem as celebrações dos santos com elementos culturais no seio da celebração litúrgica. A vocação é diferente, mas são unificadas no mesmo ideal: servir ao Reino de Deus.

Os populares santos juninos, por Gilmar Cardoso

Padroeiros de inúmeros municípios pelo Paraná e no Brasil, lhes são atribuídas simpatias, orações, poderes, terços e novenas, rezadas para se alcançar graças e favores.

Parafraseando uma canção popular, Santo Antonio, São Pedro e São João, acendam a fogueira do meu coração!

GILMAR CARDOSO, advogado, poeta, membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia Mourãoense de Letras e da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil.