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“Moro pode falar, mas quem vota são os deputados e senadores”, diz Rodrigo Maia

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Questionado sobre uma provável pressão do juiz Sérgio Moro ao Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), disse nesta sexta-feira, 25, em Curitiba, que Moro está apenas “tentando colocar seu ponto de vista”. “Ninguém pode achar que nunca sociedade com tantos meios de informação que anda tão rápida, online e de todas as formas, que cada um tenha direito de colocar o seu ponto de vista”.

“Eles (Moro e procuradores da Lava Jato) tem direito de colocar o seu ponto de vista. O que tenho dito sempre é que a pressão e o posicionamento é democrata e legitimo, agora, quem vota são os deputados e senadores”, ressaltou. Até aqui, segundo Maia, é democrático, mas depois será uma posição do plenário. “Agora se o plenário vai aprovar 100% das medidas, essa é uma atribuição que é do Parlamento e que ninguém pode tirar do parlamento”.

Rodrigo Maia destacou que, há aproximadamente 30 dias, alguns procuradores falavam que o Congresso teria que votar o texto das 10 medidas contra a corrupção do jeito que foi apresentado. “Ai não é democracia”, disse. “Você aprova o texto da forma que foi encaminhado, não aceitando mudanças, isso deixa de ser democracia e passa a ser ditadura”.

O presidente da Câmara afirmou que durante a semana, o mesmo procurador (Deltan Dalagnol) foi até a Câmara, dizendo que a proposta teve avanço, apesar de algumas mudanças que foram feitas. “Quando a pessoa sai e vai a Brasília discutir, ela ganha muito porque passa a conhecer o ambiente político, o ambiente das votações. Elas existem para que constitua a maioria”.

“A gente não pode achar de que só o que a gente gosta terá maioria. Assim é a democracia. Nessas 10 medidas anticorrupção, algumas vão passar, outras não vão passar. E é dá democracia que o plenário vote e aprove aquilo que considera majoritário e correto para o Brasil”, disse.

Rodrigo Maia disse que a Câmara está sim, ao lado dos milhões de brasileiros que foram as ruas e assinaram o projeto das 10 medidas anticorrupção. “A Câmara criou a comissão especial, está discutindo e vai votar. E votar a matéria significa respeitar os dois milhões dentro de 200 milhões, são dois em cima de 200 milhões, que tem tanta representação quanto os 200 milhões”.

“O projeto está sendo discutido na Câmara e nós estamos respeitando. O que espero que não esteja por trás desta frase (sobre a nota do Sérgio Moro criticando os debates da votação do projeto), é que os dois milhões na posição de juiz ou do promotor, seja soberana em relação ao plenário da Câmara”, ressaltou. Segundo Rodrigo Maia, nem a posição da Comissão especial é soberana sobre o plenário da Câmara.

“O plenário sempre será soberano porque é lá que as matérias são decididas de forma definitiva e encaminhadas ao Senado. Estamos respeitando os dois milhões, vamos votar nessa semana. Maior respeito ao cidadão do que isso, não tem” concluiu.

Logo após a chegada do presidente da Câmara, ao evento do PPS em Curitiba, um grupo de manifestantes se concentrou na entrada do Sesc da Esquina (foto acima), para defender a aprovação do projeto das 10 medidas contra a corrupção.

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