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Em Foz do Iguaçu, greve da educação tem impulso de “interesses difusos”

Neurologist Dr. Oliver Sacks Speaks At Columbia University

do correspondente da Tríplice Fronteira

Em Foz do Iguaçu, a sequência de equívocos e questões políticas são, definitivamente, os principais empecilhos para que alunos da Rede Municipal de Ensino voltem às salas de aula. De um lado, uma lei elaborada pelo prefeito Reni Pereira – com ressalvas, ou seja, condicionada a existência de orçamento – e aprovada pelos vereadores. Do outro, professores em busca dos direitos legítimos e que viram massa de manobra de sindicalistas e políticos oportunistas mais interessados em aparecer na mídia como arautos da moralidade.

Em ano de crise e recessão, nacional e estadual, a administração pública de Foz do Iguaçu se vê sem caixa, mas buscando chegar a um consenso para evitar maiores prejuízos, inclusive, para todo o quadro funcional. Estarrecidos e confusos, numa outra ponta, pais e alunos prejudicados pela inabilidade de um sindicato que aproveita a fragilidade do País, para se firmar como representante da classe.

A política adotada pelo Sindicato dos Professores de Foz (Sinprefi), não permite negociação. Apenas a rendição do Executivo, sem considerar a ressalva do texto.

O acordo no modelo que não prejudica as partes envolvidas, para os sindicalistas e outros setores presentes, não atende, a categoria. Incensados por aqueles que deveriam defender apenas interesses coletivos, educadores seguem irredutíveis.

A queda de braço com o Sinprefi ficou evidenciada com uma ação movida pela entidade, exigindo o cumprimento da Lei 4.245/2014, que entre outros vícios, esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal. Ceder à pressão do sindicato significa, ainda, a inviabilidade de futuras aposentadorias, em curto prazo.

E o que querem os professores?
Em greve, desde o dia 19, e acampados no estacionamento da Procuradoria do Município, docentes sofrem a influência de sindicalistas, vereadores, aspirantes a presidência de sindicatos, opositores ao prefeito e personagens fictícios de redes sociais. A luta deveria ser por um plano de cargos e salários e melhores condições de trabalho. Virou palanque para a próxima eleição e a conseqüente ascensão política. E o foco? Diluiu-se no meio de tantos interesses pessoais.

A população precisa saber
Muitos não sabem, por exemplo, que um professor recebe aproximadamente R$ 2,5 mil por 20 horas trabalhadas. A maioria da população trabalha 40 horas. Já os educadores, tem oportunidade de complementar o salário em instituições privadas e de outras esferas. Aqueles de 1º e 2º anos têm ainda 20% sobre os seus rendimentos, entre outras gratificações como 14º e 15º salários.

Professores do 5º ano ganham 7,5% de gratificação e os de classes especiais, 50%. Professor no País é mal remunerado, não tem estrutura mínima de trabalho, mas não é o caso de Foz do Iguaçu. E se há disponibilidade em negociar, por que a ação judicial, exigindo o cumprimento da Lei 4.245/2014, em detrimento dos demais servidores e do desenvolvimento da cidade? Por que a presença de vereadores conscientes do problema, exigindo o seu cumprimento?

O que a Prefeitura ofereceu?
Apesar da situação econômica do Pais, e do Estado, o chefe do Executivo de Foz do Iguaçu apresentou uma proposta que representa acréscimo de 15% a 30% sobre o rendimento dos grevistas. É notória a disponibilidade do prefeito Reni em atender a categoria.

Infelizmente, não por falta de vontade do prefeito, hoje a negociação está inviabilizada. É necessário aguardar o pronunciamento da Justiça. Quem perde com isso, são as famílias iguaçuenses. Planos de cargos e salários de outras categorias estão sendo implantados gradativamente. Outros, retroativos do ano de 2012, terminaram de ser pagos pelo prefeito, em dezembro de 2014.