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Coluna Paraná Produtivo 27/4 – Mel paranaense, novo marco para ferrovias, pesquisa de compra e mais

Mel paranaense

A pequena Ortigueira, nos Campos Gerais, está em festa. O bom desempenho do município de quase 22 mil habitantes foi essencial para fazer do Paraná o maior produtor de mel do País. Dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Estado colheu 7.229 toneladas do produto em 2019, ultrapassando o vizinho Rio Grande do Sul (6.262 toneladas). O resultado é 14,6% superior ao ano/safra 2018, quando a produção cravou 6.307 toneladas, e confirma a evolução recente da apicultura paranaense – a produção cresceu 15% nos últimos cinco anos pesquisados, partindo de 6.287 toneladas em 2015. Sozinha, a cidade paranaense colaborou com 795,4 toneladas, seguida por Botucatu (São Paulo), Arapoti (Paraná), Itatinga (São Paulo) e Campo Alegre de Lourdes (Bahia).

Rivalidade com os gaúchos

Com Paraná e Rio Grande do Sul rivalizando pelo posto de maior produtor, os outros estados se acomodam nas demais posições do ranking do mel. O Piauí é o terceiro, com 5.024 toneladas, seguindo por São Paulo (4.527), Minas Gerais (4.227), Santa Catarina (4.081), Bahia (3.942), e Ceará (2.677). Em relação às regiões, o Sul respondeu por 38,2% de todo o estoque de mel do País. Na sequência aparecem o Nordeste (33,4%), Sudeste (21,4%), Centro-Oeste (3,9%) e Norte (2,2%). Mais da metade da produção nacional (50,5%), de acordo com o Agrostat Brasil, é voltada para o mercado externo. Os Estados Unidos, com 74,6%, são o principal comprador do mel brasileiro. Alemanha, Austrália, Canadá e Bélgica aparecem na sequência.

Cana para a Inglaterra

Uma operação inédita está sendo realizada no Porto de Antonina. A empresa arrendatária e operadora, Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF), está embarcando 22 mil toneladas de pellets de cana a granel. O destino da exportação é o Porto de Imminghan, no Reino Unido. A biomassa geralmente é utilizada como biocombustível em substituição ao carvão na geração de energia. A previsão é que a operação seja concluída neste final de semana. O produto do bagaço da cana veio do interior paulista e é resíduo de usinas de produção de açúcar e etanol. O procedimento de embarque é o mesmo utilizado para embarcar o farelo de soja pelo terminal. De acordo com a empresa, a carga abre mercado para novas exportações de pelo terminal que está adaptado para receber e operar cargas especiais.

Colheita de tangerina

A chegada do inverno inaugura, no Paraná, a colheita de uma das frutas mais produzidas no mundo – a tangerina. A região do Vale do Ribeira é uma das maiores produtoras do Brasil. Esse é um dos assuntos abordados pelo Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, referente à semana de 17 a 23 de abril. As tangerinas foram, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a oitava fruta mais produzida no mundo em 2019. Em uma área de 2,7 milhões de hectares, espalhada por 80 países, produziu-se 35,4 milhões de toneladas do cítrico. A China é a líder da atividade, responsável por 56,1% da safra mundial. O Brasil ocupa a sétima posição. Em 2019, foram produzidas 984,9 mil toneladas em 22 unidades da Federação, com liderança de São Paulo. O Paraná é o terceiro maior produtor de tangerinas, com 6,9 mil hectares de cítrico e colheita de 113,8 mil toneladas.

Novo marco para ferrovias

A aguardada aprovação, pelo Congresso, de um novo regime de operação de ferrovias no Brasil tem potencial para destravar projetos e deslanchar ao menos R$ 25 bilhões em investimentos. Seriam trechos ferroviários construídos do zero por empresas que têm interesse em ligar novos destinos e baratear o custo do transporte de cargas. A proposta é uma das prioridades do Executivo no Senado. O texto permite que ferrovias sejam construídas sem um processo concorrencial, mas por meio do regime de autorização. Hoje, a operação do modal por empresas precisa passar por uma licitação, que resulta na concessão. Esse formato continuará existindo, e a escolha do regime vai depender do modelo de negócio. O projeto de lei está em discussão no Senado desde 2018. A previsão é que ele seja aprovado nos próximos meses e siga para análise da Câmara.

Novas habilitações

No primeiro trimestre de 2021, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura habilitou 136 estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar produtos de origem animal para países com exigências específicas. A ação representa o crescimento do Brasil no mercado internacional. Neste mesmo período foram abertos seis novos mercados para exportação de produtos de origem animal e três para exportação de produtos para alimentação animal. Um total de 20 certificados sanitários também foram acordados com os países para atualização de modelos vigentes e para abertura de mercados.

Pesquisa de compra

Uma pesquisa elaborada pela Sodexo Benefícios e Incentivos entre março e junho de 2020 e divulgada recentemente mostra que os consumidores do Estado do Rio passaram a ir menos vezes a supermercados, atacadistas e açougues: entre o momento atual e o anterior à pandemia, os cidadãos fluminenses reduziram em 22,77% a frequência de ida às compras. Em contrapartida, as famílias aumentaram em 29,44% o valor médio gasto com o uso do cartão-alimentação nesses estabelecimentos. O responsável pela área de Estabelecimentos da Sodexo, Antônio Alberto Aguiar, avalia que o cenário desafiador impacta diretamente no bolso dos consumidores. Nesse período, o arroz subiu 63,56%, o feijão preto teve aumento de 51,03%, e as carnes ficaram 31% mais caras.

Nelore e Angus

Dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) indicam que das 16,3 milhões de doses de sêmen de gado de corte comercializadas no país em 2020, 14,1 milhões, ou 86%, foram divididas entre ambas, somando praticamente metade para cada raça. Em comunicado, a empresa CRV esclarece que esse empate técnico se deve à “busca” do nelore, que é o rebanho base, e pelo atual momento de retenção desses animais no ciclo pecuário. Em 2020, por exemplo, as vendas de nelore cresceram 61% no Brasil, enquanto a velocidade de expansão do angus foi de 22%. “O nelore é um animal rústico: o bezerro nasce e, horas depois, já está junto com o rebanho”, afirma Cassiano Pelle, Gerente de Produto Corte Zebu da CRV. “O nelore enfrenta bem o calor porque sua cor clara reflete a luz do sol, tem resistência a parasitas e apresenta longevidade dada à sua adaptação às condições do Brasil”, diz Pelle. O angus, por sua vez, possui inúmeras características importantes, como a facilidade de parto,  que permite um manejo melhor dos animais em campo.

Gastos no exterior

Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 313 milhões em março, de acordo com informações divulgadas na última segunda-feira, 26, pelo Banco Central. Na comparação com o mesmo período de 2020, quando as despesas em outros países totalizaram US$ 612 milhões, a queda foi de 48,8%. Esse também foi o menor valor para o mês em 16 anos, ou seja, desde 2005, quando as despesas lá fora somaram US$ 260 milhões. No primeiro trimestre deste ano, segundo números oficiais, as despesas de brasileiros no exterior somaram US$ 860 milhões, com queda de 70,6% frente ao mesmo período de 2020 (US$ 2,931 bilhões). 

Estrangeiros no Brasil

De acordo com dados do BC, em março deste ano os estrangeiros gastaram US$ 213 milhões no Brasil, com queda frente ao patamar registrado no mesmo mês de 2020 (US$ 385 milhões). Nos três primeiros meses deste ano, os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 693 milhões, com recuo de 54,9% contra o mesmo período de 2020 (US$ 1,538 bilhão).Para estimular o turismo no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro assinou no começo de 2019 um decreto para dispensar o visto de visita para turistas de Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão que viajarem ao Brasil.

Azul na ponta

Em março deste ano, a Azul foi a empresa com a maior participação no mercado doméstico, com 40,7%, e, entre as companhias com maior porcentagem em participação, a única a apresentar crescimento com alta de 11,2%, de acordo com os recentes dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Na sequência está Gol (32,3%) e Latam (26,4%), que apresentaram retração na demanda na comparação com o mesmo mês de 2020, de 40,8% e 53%, respectivamente. De acordo com a Anac, a pandemia continua causando impacto significativo no transporte aéreo. No mês passado, houve retração de 32,5% na demanda, medida em passageiros quilômetros pagos (RPK), por voos no mercado doméstico na comparação com o mesmo período de 2020. Na soma dos três primeiros meses de 2021, considerando a mesma comparação, a queda é de 32,4% no indicador.