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Assembleia Legislativa vai homenagear Mandela

A Assembleia Legislativa do Paraná se une a uma ação global da Ubuntu Global Network, em homenagem a Nelson Mandela. Nesta quinta-feira, 18, aniversário do líder sul-africano, é também a data reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas como o Dia Internacional Nelson Mandela.

Os deputados Luiz Claudio Romanelli (PSB) e Goura (PDT) apresentaram  projeto de lei que denomina Ponte do Arco – Nelson Mandela a ponte localizada na Avenida Dom Pedro II, trecho da Estrada da Graciosa, em Quatros Barras.

“No Dia Internacional Nelson Mandela, diversas pontes ao redor do mundo serão batizadas com o nome deste humanista, defensor dos direitos humanos, promotor da reconciliação entre os povos, construtor de pontes. O Paraná também faz parte desta ação e desta homenagem, reconhecendo o trabalho e dedicação do líder sul-africano que lutou pela igualdade entre negros e brancos na África do Sul”, justifica Romanelli.

O deputado acrescenta que a homenagem se estende também aos engenheiros de Rebouças e a todos aqueles que são vítimas de quaisquer preconceitos racial. “Homenageamos também todas as pessoas que são vítimas de preconceito racial e nos solidarizamos com todas elas. Por que todos somos iguais, e todos merecem o nosso respeito”.

Nelson Mandela — 
A história de luta de Nelson Mandela pela igualdade entre negros e brancos rendeu-lhe reconhecimento mundial. Tanto que a causa do líder sul-africano ganhou as telas de cinemas em todo o planeta.

Rolihlahla Mandela (1918-2013) nasceu entre o clã Madiba, na pequena aldeia de Mvezo. Foi renomeado Nelson na escola, segundo o costume de dar nomes ingleses aos alunos. Em 1939, ingressa em Fort Hare, primeira universidade do país a aceitar negros. Dois anos depois parte para Joanesburgo, iniciando o curso de Direito pela Universidade de Witwatersrand, onde se tornou advogado e fundou a Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano – movimento e partido político que defende os direitos da população negra.

Posteriormente, foi considerado um dos mais importantes líderes da resistência contra o apartheid, regime de segregação racial implantado na África do Sul a partir de 1948. Em 1955, ajuda a fundar o Congresso do Povo (ou Aliança do Congresso), uma organização suprapartidária que buscava unir todos os não brancos vitimados pelo racismo.

Romanelli conta que a instituição Congresso do Povo que Mandela ajudou a fundar foi a responsável pela redação de um documento fundamental na luta contra o apartheid, a Carta da Liberdade. “Além da igualdade de direitos para todos os cidadãos sul-africanos, a Carta defende a reforma agrária, a melhoria das condições de vida e trabalho, justa distribuição de renda e a obrigatoriedade do ensino público, lutas pelas quais nós, parlamentares, também lutamos e defendemos para o povo paranaense”, explica.

Homenagem — A Ponte do Arco está localizada na Avenida Dom Pedro II, trecho da Estrada da Graciosa, distante 13 km do centro de Quatro Barras.

A ponte tem cerca de 20 metros e faz a travessia sobre o rio Taquari. É conhecida por conter concreto formando belos arcos, marco característico da ponte e uma rota turística do estado do Paraná.

O local encontra-se no início da área de preservação ambiental da Serra do Mar e atrai viajantes, cicloturistas, visitantes e adeptos das corridas e caminhadas, atraídos pela bela paisagem campestre e mata atlântica, com as exuberantes araucárias que integram a cultura local.

Prisão — Nelson Mandela passou 27 anos na prisão, de 5 de agosto de 1962 a 11 de fevereiro de 1990. Antes disso, foi preso diversas vezes, viveu por anos na clandestinidade e aderiu à luta armada (após o Massacre de Sharpeville, em 1960).

Ele ganhou a liberdade depois de uma longa e ampla campanha internacional. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. No ano seguinte, foi eleito presidente da África do Sul. Em seu governo foi criada a Comissão da Verdade e da Reconciliação, um novo hino nacional, uma nova bandeira e uma nova Constituição para todos os sul-africanos.

Madiba (nome de seu clã) ou Tata (que significa “Pai”), como Mandela é conhecido na África do Sul, morreu em Joanesburgo, em 5 de dezembro de 2013.

“Esta homenagem a Nelson Mandela, que nos dá também a oportunidade de ressaltar outra vez a importância dos engenheiros Rebouças para o estado, se presta não apenas a recordar o passado, como também nos faz lembrar que o racismo é ainda hoje, infelizmente, algo a ser combatido. Para que entre os povos se construam pontes, não muros”, disse Romanelli.