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Zé Dirceu diz que 2012 foi o ano da ‘farsa jurídica e midiática’

Folha de S. Paulo

Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão no processo do mensalão pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa, o ex-ministro José Dirceu afirmou em artigo que 2012 foi o ano da “concretização de uma farsa político jurídica e midiática”.

No texto, publicado ontem no blog do jornalista Ricardo Noblat, ele acusa o STF de ter feito um julgamento “eminentemente político” e diz que o Judiciário foi “fortemente pressionado” pelos meios de comunicação. “O tribunal maior do país não resistiu e sucumbiu.”

O petista escreve que poucas vozes dissonantes tinham espaço na imprensa e cita como exemplo o colunista da Folha Janio de Freitas, que, segundo Dirceu, “pautou suas intervenções nas ponderações sobre o que se estava ocultando no processo”.

No artigo, o ex-ministro critica também o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa. “Forjou-se um herói nacional, não pelas massas e movimentos sociais, mas das letras e imagens midiáticas.”

Segundo Dirceu, o objetivo dessa “farsa” era “atingir o projeto de desenvolvimento do país iniciado com a chegada de Lula à Presidência”.

Ele diz que os objetivos só seriam alcançados com sua condenação “como mentor de um inexistente esquema de compra de votos”.

Ele diz que continuará tentando provar sua inocência. “Que 2013 seja o ano do ressurgimento da verdade.”

NOVA AGENDA

O presidente do PT, Rui Falcão, disse à Folha que 2013 é o momento de uma nova agenda, com o balanço dos 10 anos de administração federal, atualização programática e debate sobre a reforma política. Ele não citou o mensalão, que deve ficar fora da pauta do partido.

A avaliação foi feita no dia em que a Folha publicou entrevista com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, afirmando que o PT já fez o que podia pelos condenados: “Nossa agenda não pode ser ficar a vida inteira explicando a ação penal 470”.

No partido, o entendimento majoritário é que a legenda não pode assumir a contestação do julgamento no STF como uma campanha partidária, sob o risco de prolongar uma agenda negativa.

Rui Falcão já disse que o PT não deixará de se solidarizar com os condenados, mas deixou claro que uma das prioridades é pavimentar a reeleição de Dilma Rousseff.

“Para 2013 o PT está propondo atualização programática; avaliação dos 10 anos de governo liderado pelo PT; e vamos percorrer o país com o presidente Lula vendo as conquistas do nosso governo e o que faremos no futuro.”