O doleiro Alberto Youssef é a próxima testemunha a ser ouvida em ação no TSE sobre irregularidades na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado. O depoimento será no dia 9 de junho, na Justiça Federal de Curitiba. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa prestou depoimento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pela mesma ação. Delator do esquema de desvio de recursos da estatal para pagamento de propina a partidos políticos, Costa foi questionado se houve pagamento de propina também na campanha. As informações são do Estadão.
A ação eleitoral movida pelo PSDB foi aberta no dia 18 de dezembro, dia da diplomação da presidente Dilma. O processo questiona a coligação da presidente por “abuso do poder econômico e político” e ainda por “obtenção de recursos de forma ilícita”.
De acordo com despacho do ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o objetivo dos depoimentos é questionar ambos os réus da Operação Lava Jato se houve propina direcionada à campanha eleitoral. Ainda conforme o documento, a ação “examina a suposta obtenção de recursos de forma ilícita de empresas prestadoras de serviço à Petrobras, repassados aos partidos integrantes da coligação formada em apoio dos candidatos representados e vertidos para a campanha eleitoral”.
O depoimento de Paulo Roberto Costa durou 40 minutos na sede do Tribunal de Justiça, no Centro do Rio. O ex-diretor foi ouvido pelo juiz Nicolau Lupinhaes Neto, designado pelo TSE em Brasília. Além do ex-diretor e do doleiro Alberto Yousef, também o servidor público Herton Araújo, do Ipea, foi listado como testemunha. Ele foi questionado sobre uma “suposta sonegação de dados relativos ao quadro socioeconômico do País ao longo do pleito de 2014”.
Inicialmente, o pedido de depoimentos havia sido recusado. Mas, em recurso, o PSDB argumentou que a ausência dos testemunhos significaria “nítida violação ao devido processo legal e à ampla defesa”. Na ação original, o partido argumenta que a coligação da presidente Dilma Rousseff promoveu “campanha milionária cujo custo superaria a soma das despesas de todos os demais candidatos, com abuso do poder econômico”.
O partido denuncia que os gastos realizados na campanha contariam com “doações oficiais de empreiteiras contratadas pela Petrobras como parte de distribuição de propinas”.
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