Rogério Galindo, Caixa Zero, Gazeta do Povo
Foi aqui que começou o escândalo da Petrobras, lembram? Começou com a Operação Lava Jato, que teve seu centro no Paraná. O principal envolvido a ser preso já de cara foi Alberto Youssef, um doleiro velho conhecido da política local que agora se vê que tinha influência também no resto do país.
Foi daqui a primeira “vítima” política do escândalo, o deputado André Vargas, à época vice-presidente da Câmara. Abatido em voo, terminou sendo obrigado a deixar o partido e nem pôde concorrer à reeleição.
Escavando o caso, chega-se a uma origem igualmente paranaense: o falecido José Janene, que foi deputado federal pelo PP, seria um dos responsáveis pela distribuição do dinheiro que seria desviado das obras, segundo a investigação feita pela Polícia Federal.
Isso tudo sem contar que a investigação está sendo feita aqui e conduzida por um juiz local, Sérgio Moro (que, aliás, vai fazendo seu nome nacionalmente, esse sim no bom sentido).
Agora, pela primeira vez, o caso atinge o primeiro time da política local. A denúncia é de que a senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hofmmann teria recebido R$ 1 milhão em sua campanha para o Senado em 2010.
Sabe-se pouco, quase nada, sobre o que Paulo Roberto Costa teria dito sobre o assunto até o momento. A reportagem da Folha de S.Paulo diz apenas que Youssef teria ajudado com esse valor na campanha. Gleisi e o marido, o ministro Paulo Bernardo, negam, é claro.
Para sermos mais específicos, quase tudo o que diz respeito ao Paraná no caso (excetuando Sérgio Moro) até aqui, tem a ver com a política londrinense. Foi de lá que surgiu a parceria Youssef-Janene, segundo a investigação. É de lá André Vargas. Gleisi e Paulo Bernardo também começaram a carreira lá.
Por enquanto, não há absolutamente nada definitivo contra ninguém. A denúncia contra Gleisi, pelo menos até aqui, é vaga e imprecisa. De onde teria saído o dinheiro? De qual empresa? Da Petrobras? De qual diretoria? Como isso ocorreu?
Diz a boa prática jurídica que ninguém é culpado por antecedência. Em tese, só depois do julgamento poderemos dizer qualquer coisa. Gleisi nega e, pela Constituição, tem direito à sua defesa. No entanto, não deixa de ser constrangedor para a ex-ministra ter de se explicar sobre um caso tão espinhoso.
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