De Lauro Jardim, na Veja.com:
Quando integrantes da CCJ se defendem das críticas pela sessão fantasma da última quinta-feira, alegam que as votações teatrais, com poucos deputados em plenário, são uma rotina na Câmara.
Examinando apenas o arquivo de vídeos de setembro da CCJ é possível constatar que a afirmação encontra fundamento.
Um vídeo de 1º de setembro, por exemplo, revela outra dessas sessões esvaziadas de quinta-feira. A diferença está no desfecho da reunião. Presidida pelo 1º vice-presidente, Arthur Maia, a sessão tem menos de dez deputados e é interrompida porque Mendonça Filho (DEM-PE) e Felipe Maia (DEM-RN) solicitam verificação de quórum.
Como a relação de deputados presentes é bem inferior ao número de parlamentares que assinaram presença e foram para o aeroporto, naquele dia a sessão foi encerrada sem que nenhum projeto fosse votado.
Ator coadjuvante da sessão teatral da última quinta-feira — que aprovou 118 projetos em três minutos — Luiz Couto (PT-PB) também aparece na reunião de 1º de setembro. Na ocasião, ele pede que o presidente não faça a chamada dos deputados:
— Senhor presidente, é visível a ausência de quórum. Então, para que vossa excelência não fique cansado de sua voz (sic), de chamar nomes de pessoas que não estão presentes, vossa excelência pode, de ofício, tornar essa reunião impossível.
Eduardo Cunha, dessa vez presente no plenário, pede que Arthur Maia chame apenas os presentes, por uma questão de reconhecimento:
— Acho que vossa excelência deveria proceder a chamada, até para que os que estão aqui sejam homenageados porque estão presentes.
Se o mesmo procedimento tivesse sido adotado na última quinta, o escândalo poderia ter sido menor.
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