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Vice-ministro de Política Criminal do Paraguai, suspeito crimes transfronteiriços, renunciou ao cargo

Suspeito de participar de um esquema de corrupção, o vice-ministro de Política Criminal do Paraguai, Hugo Volpe, renunciou ontem (20) a seu cargo. Segundo a chefe do Ministério Público (MP) paraguaio, a procuradora-geral Sandra Quiñonez, as informações que apontam o envolvimento de Volpe com atos de corrupção durante o tempo em que ele era procurador do próprio MP paraguaio, responsável pela área de combate ao narcotráfico, foram entregues por autoridades brasileiras. Informações Agência do Poder.

“É uma denúncia formal, apresentada por um procurador brasileiro, recepcionada pelo Ministério Público [paraguaio] do Ministério da Justiça brasileiro e de que tomamos conhecimento esta manhã”, disse a procuradora-geral.

De acordo com Sandra Quiñonez, uma “grande quantidade de informação” foi fornecida “espontaneamente” não só pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, mas também pelo Ministério Público Federal brasileiro. As informações apontam que Volpe e um segundo procurador, Armando Cantero, estariam envolvidos com corrupção ligada a crimes transfronteiriços.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não se manifestou sobre o assunto até o momento da publicação desta reportagem.

Suspeitas
Volpe deixou o Ministério Público paraguaio no fim de novembro de 2019, para assumir, no Ministério da Justiça, o cargo de vice-ministro de Política Criminal. Hoje, pouco após ver seu nome envolvido no escândalo, ele colocou o cargo à disposição do presidente Mario Abdo Benítez, que aceitou prontamente sua renúncia. Já o procurador Armando Cantero foi afastado do cargo pela procuradora-geral.

Segundo a IP, agência estatal de notícias do Paraguai, o Ministério Público instaurou um processo para investigar os arquivos digitais fornecidos pelo Brasil. Alguns destes arquivos reúnem mais de 3.500 páginas relativas às investigações já conduzidas no Brasil.

De acordo com Sandra Quiñonez, os documentos entregues pelas autoridades brasileiras sugerem que a atuação de Volpe e de Cantero “afetariam investigações bilaterais” sobre a ação de organizações criminosas que atuam nos dois países.

Até o momento, não se sabe se os fatos investigados têm alguma relação com a fuga de 75 presos da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na madrugada deste domingo (20). (ABr)