Professora Eliana Cortez entrou para a política após confronto de 29 de abril
POR Narley Resende, no Bem Paraná
Foi do dia para a noite a vereadora de primeiro mandato de um município de 11 mil habitantes,
Eliana Cortez, virou candidata a vice-governadora do Estado. Com a desistência do ex-senador
Osmar Dias (PDT) de se coligar com o MDB do senador Roberto Requião e, em seguida, de disputar a eleição, o MDB assumiu a cabeça da chapa e lançou o principal articulador da aliança, deputado federal João Arruda (MDB) ao governo do Estado.
Arruda buscou em Ribeirão Claro (Norte Pioneiro), a professora e presidente da Câmara
Municipal da cidade, para ser vice de seu eventual governo. “Ele queria uma pessoa que realmente conhecesse a realidade da escola. E ele sabia que eu estava na política, filiada, mas que não deixei de exercer a profissão”, conta.
Enquanto exercia o cargo de presidente da Câmara, Eliana manteve seus empregos em duas escolas, uma delas de educação especial, por 40 horas semanais, na rede estadual de ensino no município. “Consigo dar conta de tudo. Dou conta de tudo e ainda cuido de casa, família, marido, filhos e tudo mais”, garante. Casada há 25 anos com um marceneiro, Eliana é mãe de dois filhos.
A professora é filiada ao MDB desde 2015, foi representante municipal da APP-Sindicado, integrante do núcleo sindical de Jacarezinho. É sindicalizada desde 2013. “Liderei a greve (em 2015) em Ribeirão Claro, sem pretensão nenhuma (de autopromoção). Greve não é uma coisa legal, aquele momento era de necessidade de fazer tudo aquilo”, pondera.
29 de abril – Eliana entrou para a política após o 29 de abril daquele ano, quando 220 pessoas ficaram feridas durante um protesto de servidores contra alterações no plano de previdências promovidas pelo governo Beto Richa (PSDB). “Eu estava na minha cidade, mas lá de coração e alma. Acompanhei tudo virtualmente, ao vivo, e chorei a tarde toda”, conta.
Entre cem candidatos a vereador, que disputavam os votos de 7,5 mil eleitores, Eliana fez 280 votos para conseguir uma cadeira no Legislativo em 2016, ano de sua primeira eleição em que foi a quinta mais votada entre nove eleitos. “Numa cidade pequena em que muitos compram votos eu fiz uma campanha enxuta. Gastei R$ 2 mil”, diz.
Proximidade – A professora se considera de centro-esquerda. “Sou filiada ao PMDB do Paraná, não ao MDB do Temer. Sou voltadas às questões sociais, defensora das estatais e do Estado de Direito”, afirma.
Licenciada para a campanha, a professora conta que tinha proximidade com João Arruda. “João sempre foi nosso deputado federal. Na minha cidade e região sempre fui muito participativa com o João. Também sempre fui muito questionadora, sempre entrando em contato com o João. Ou quando surgia alguma situação que envolvia o município e questões nacionais eu ligava pro João questionando, peguntando”, conta.
Segundo Eliana, João Arruda destinou R$ 4 milhões em recursos por meio de emendas parlamentares ao município. “Por Ribeirão Claro, ele ajudou a Santa Casa, o asilo, a Apae, mobilizou uma reforma no ginásio de esportes que vai acontecer agora. O município compro um prédio antigo de um clube que vai ser agora um centro cultural e ele conseguiu a reforma para esses espaço, com emenda. Temos um balneário, que é uma cidade turística, e ele também conseguiu a reforma da prainha, da cachoeira, e mais algumas coisas, máquinas agrícolas. Ele atuou em 160 (dos 399) municípios do Paraná”, enumera.
Candidata não apoiou o impeachment
Sobre seu alinhamento político com o cabeça da chapa, a professora Eliana Cortez revela ter posições mais equivalentes às do senador Roberto Requião, presidente do MDB do Paraná, e tio de Arruda, do que com o próprio candidato ao governo. “Ele (Arruda) teve que agir conforme a questão fechada com o partido. As pessoas perguntam sobre posicionamentos dele que não agradaram (PEC do Teto, Reforma Trabalhista, denúncias contra o presidente Michel Temer), mas ele agiu como deveria naquele momento. Nosso País passa por uma situação muito complicada e não tinha outra saída”, afirma. Questionada sobre seu posicionamento sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT), em que João Arruda votou favorável, Eliana afirma que não apoiou. “Eu não posso falar que fui (favorável) porque não fui”, admite.
A principal bandeira de Eliana é, claro, a educação. Ela tem, inclusive, um projeto anexado ao programa de governo que pretende implementar, caso vença a eleição com Arruda. “O projeto Chão da Escola, que é conhecer cada realidade das escolas, cada uma, em todas que temos no Estado, e analisar quais no momento precisam de mais atendimento, olhando para a infraestrutura das escolas, porque ultimamente foi sucateada. Depois de tudo que fizeram (governo Richa), Operação Quadro Negro, a gente sabe que teve escola construída e reformada somente no papel”, critica.
Eliana foi dirigente regional da APP-Sindicato, que representa os professores estaduais, e garante que sua prioridade é a defesa da categoria. “É uma luta que tem que ser mantida, de respeitar direitos que foram adquiridos ao longo do tempo. Eu faço parte dessa classe e tenho que defender”, promete.
Foto: Eduardo Matysiak
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https://www.bemparana.com.br/noticia/vice-de-joao-arruda-garante-elo-com-servidores-publicos
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