O sumiço do vice de Gleisi Hoffmann (PT) – o médico Haroldo Ferreira (PDT) – da campanha petista deu fim após cutucada pela imprensa. Os dois apareceram juntos em evento de campanha nesta quinta-feira (31) em Toledo. A causa do sumiço pode ter relação com a manchete da Tribuna do Paraná da quinta-feira. O jornal relata que o Hospital Municipal de Araucária está quebrado: salários atrasados, falta de medicamentos e de refeições para os pacientes. A administração do hospital estava terceirizada a Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, contratada em 2008 pela prefeitura de Araucária. O vice de Gleisi era secretário de Saúde da cidade até 2013 e foi responsável pelo pagamento de R$ 2,8 milhões mensais a Pró-Saúde entre 2009 e 2012.
O médico pedetista pode repetir outro candidato à vice famoso, também do PDT, Derli Donin, que denunciado comprometeu a candidatura de Osmar Dias (PDT) em 2006. Ainda não se sabe se Ferreira foi conivente, ‘não sabia’ das improbidades da Pró-Saúde ou ainda prevaricou (soube e não denunciou). Ferreira é apresentado por Gleisi como coordenador do Programa Mais Médicos e responsável pelo programa de governo da petista na área de saúde,
Já a Pró-Saúde, ligada ao petismo, é investigada em seis estados por irregularidades na administração de hospitais públicos no Paraná, São Paulo, Tocantins, Pará, Goiás e Espírito Santo. As investigações são conduzidas pelo Ministério Público nos âmbitos federal, estadual e do Trabalho. Entre as acusações estão má gestão, falta de prestação de contas, sumiço de medicamentos, superfaturamento de serviços e descumprir contratos de gestão firmados com governos estaduais e municipais. Depois da crise no hospital municipal, a prefeitura de Araucária rompeu o contrato com a Pró-Saúde e divulgou uma relação de denúncias contra a empresa.
Por meio de nota, a prefeitura de Araucária afirmou a Tribuna do Paraná que sempre realizou os pagamentos rigorosamente em dia e que mensalmente, conforme previa o contrato, pagava R$ 2,8 milhões para que a Pró-Saúde administrasse o hospital, conforme os comprovantes de pagamento disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com a prefeitura, desde 24 de julho a gestão do hospital é de responsabilidade do Instituto Bio Saúde, que juntamente com uma comissão de intervenção da Secretaria de Saúde e a direção da Pró-Saúde, está realizando a transição da administração do local. A prefeitura também afirma que os 430 funcionários e 123 médicos contratados pela Pró-Saúde devem ser devidamente indenizados, assim como o pagamento de fornecedores.
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