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Viaje Paraná vai executar ações do turismo no Estado, diz Márcio Nunes

“As perspectivas sãpo boas. O turismo interno ainda é o maior filão, mas somos os o terceiro estado no ranking de turistas internacionais – muito por conta de Foz e Curitiba”

O secretário estadual de Turismo, Márcio Nunes, assumiu agora em março e organizou a pasta recém de forma que as ações do governo do Estado sejam mais ágeis e tenha um impacto positivo maior no setor no que diz respeito à promoção, marketing e até apoio à comercialização dos destinos turísticos. “Resumidamente, a secretaria irá criar as políticas públicas e a Viaje irá executá-las. Mas serão dois órgãos totalmente conectados (por meio de contrato de gestão), com se fosse apenas uma instituição, com um único objetivo”, disse Márcio Nunes nesta entrevista exclusiva.

“Já estamos em contato com prefeitos e vereadores de todas as regiões. Nosso braço de apoio para esse trabalho são as Instâncias de Governança Regional (IGRs), que reúnem poder público, entidades empresariais vinculadas ao turismo e a sociedade civil organizada. São agentes locais que conhecem a fundo a potencialidade e as necessidades de cada região”, completou o secretário que listou 19 regiões turísticas no Paraná.

O Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur), segundo Márcio Nunes, é um braço da pasta para as decisões colegiadas. “O Cepatur tem por finalidade a formulação, avaliação, coordenação e direção da política estadual de turismo, dialogando e deliberando sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo no Paraná”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista

Qual é a nova estrutura da Secretaria do Turismo?
A Secretaria nasce com a extinção da Paraná Turismo e vai incorporar o Viaje Paraná, serviço social autônomo que será responsável pela elaboração de ações de promoção, marketing e apoio à comercialização de destinos, produtos e serviços turísticos paranaenses no Brasil e no Exterior. Também faz parte da secretaria o Conselho Paranaense de Turismo (Cepatur), para as decisões colegiadas.

A Setu ainda contará com o Viaje Paraná, serviço social autônomo que será responsável pelas ações de promoção, marketing e apoio à comercialização de destinos, produtos e serviços turísticos paranaenses no Brasil e no Exterior.

Como vai funcionar a Viaje Paraná?
Resumidamente, a secretaria irá criar as políticas públicas e a Viaje irá executá-las. Mas serão dois órgãos totalmente conectados (por meio de contrato de gestão), com se fosse apenas uma instituição, com um único objetivo.

Foz do Iguaçu, Curitiba e Litoral são os três principais polos turísticos do Estado, mas o turismo está se diversificando e segmentando para o Noroeste e Norte, essas regiões vão integrar o plano estadual de turismo?
Hoje o estado está dividido em 19 regiões turísticas – até 2022 eram 16, mas no final do ano passado a região “Corredores das Águas”, no Noroeste, foi desmembrada em três: “Caminho das Águas”, “Encontro das Águas e Biomas” e “Águas do Arenito Caiuá” – justamente para dar um foco maior às vocações regionais.

A regionalização é uma ação que iniciamos ainda quando estávamos na Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e que agora vamos impulsionar, incentivando os municípios a trabalhar em conjunto como o Estado na estruturação, gestão e promoção do turismo.

Já estamos em contato com prefeitos e vereadores de todas as regiões. Mas não falamos apenas de prefeituras. Nosso braço de apoio para esse trabalho são as Instâncias de Governança Regional (IGRs), que reúnem poder público, entidades empresariais vinculadas ao turismo e a sociedade civil organizada. São agentes locais que conhecem a fundo a potencialidade e as necessidades de cada região.

O Voe Paraná é mais mecanismo para o incremento do turismo, o governo do Estado vem trabalhando para a redução das passagens aéreas nesses trechos e para os principais destinos?
O Voe foi uma iniciativa fantástica do governo Ratinho Junior, que fez o Paraná ter hoje a maior malha aeroviária do Brasil, atendendo a cidades de todas as regiões do estado por grandes companhias aéreas, como a Gol e a Azul. Já a questão dos preços das passagens é bastante conjuntural – as tarifas são impactadas pelo valor do querosene de aviação, pelo câmbio e pela demanda, salários, dentre outros fatores.

As decisões do Conselho Paranaense de Turismo terão caráter deliberativo para as ações e as políticas estaduais do setor?
O Cepatur tem por finalidade a formulação, avaliação, coordenação e direção da política estadual de turismo, dialogando e deliberando sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo no Paraná.

O turismo brasileiro alcançou o faturamento de R$ 208 bilhões no ano passado, segundo a Fecomércio-SP. A atividade já voltou aos números pré-pandêmicos. Esta alta se estende ao Paraná, quais as ações que podem impulsionar mais a atividade no estado?
Na verdade, as estatísticas que temos, do nosso setor de inteligência turística, apontam para um índice de 60% dos níveis pré-pandêmicos em 2022, e uma estimativa de até 95% para 2023 – isso em termos mundiais. No Brasil, o número de turistas internacionais recebidos em 2022 ainda está também muito aquém do registrado em 2019 – porém, o crescimento em relação a 2021, no auge da pandemia, foi bem vigoroso.

Daqui para diante, as perspectivas no setor são muito boas. No Paraná, o turismo interno ainda é o maior filão, mas ainda assim somos os o terceiro estado no ranking de chegada de turistas internacionais – muito por conta de Foz e Curitiba. Vamos trabalhar pelo aumento no fluxo de turistas, para que permaneçam por mais tempo no estado, para que haja maior integração dos segmentos e ampliação da oferta. Isso passa pela criação de roteiros temáticos e criativos, pela divulgação do Paraná além de nossas divisas e pela atração de investimentos privados.

Como será a interlocução com o governo federal, Ministério do Turismo e Embratur. O Estado vai participar das campanhas de promoção e divulgação? O que espera de contrapartidas?
Nossa expectativa é muito boa com essa nova gestão, a promessa é de que o Brasil será muito bem “vendido” no exterior e temos que aproveitar isso. A Embratur tem colocado um foco muito grande na questão da sustentabilidade, e o Paraná, como estado mais sustentável do Brasil, também precisa estar em evidência.

Além disso, estamos fazendo um levantamento das fontes federais de financiamento de projetos turísticos e outros recursos da união para a área. Queremos quintuplicar a vinda de recursos federais para o estado. Muitas vezes, os municípios nem ficam sabendo desses editais, ou então não tem capacidade técnica de elaborar um projeto para pleitear esse dinheiro. Esse será um grande trabalho que prestaremos, na divulgação dessas possibilidades e no auxílio para elaborar os projetos.

O turismo pode ser a terceira força econômica do Paraná com a expansão da atividade?
Antes de mais nada, é preciso criar uma metodologia para poder realmente medir o turismo como força econômica em relação a outros segmentos. O PIB é mensurado pelos setores de indústria, serviços e agropecuária – saber exatamente qual é a fatia do turismo nesse bolo não é assim tão fácil.  O Paraná fechou o ano passado com alta de 4,4% no setor de serviços (que engloba turismo, mas também transporte, hotelaria, academias, escolas de ensino, beleza, arquitetura, informática, técnicos especializados e telecomunicações), segundo o IBGE.
O turismo teve o maior crescimento dentro do setor de serviços, com 27,8%. Mas sabemos que o turismo não se limita às categorias listadas – tem relação direta com os segmentos de bares e restaurantes (que estão na alimentação), passagens aéreas e aluguel de automóveis (que estão no segmento transportes) e assim por diante.

Participamos de um evento do Ministério do Turismo na semana passada, no Rio, e soubemos que alguns estados já criaram suas próprias metodologias.  Vamos buscar dados junto ao IBGE e ao Ipardes, e também cogitamos contratar empresas de pesquisas, para criarmos uma metodologia que propicie mensurar isso de forma mais clara.

Agora, obviamente sabemos que o turismo é um grande indutor da economia paranaense, e vamos trabalhar para aumentar cada vez mais a injeção de recursos aqui, além da geração de emprego e renda.

Olhos
“Nossa expectativa é muito boa com essa nova gestão, a promessa é de que o Brasil será muito bem “vendido” no exterior e temos que aproveitar isso”

“O turismo teve o maior crescimento dentro do setor de serviços, com 27,8%. Mas sabemos que o turismo não se limita às categorias listadas”

“Estamos fazendo um levantamento das fontes federais de financiamento de projetos turísticos e outros recursos da união para a área. Queremos quintuplicar a vinda de recursos federais para o estado”