A força-tarefa da Operação Lava Jato está interessada nas informações que o ex-deputado André Vargas, que pertenceu ao PT, tem afirmado dispor sobre o financiamento de campanhas majoritárias do PT. O político, que é de Londrina (PR) e foi próximo de Alberto Youssef, doleiro e um dos principais delatores da Lava Jato, teve cargos de destaque na hierarquia petista: foi secretário nacional de Comunicação da sigla e vice-presidente da Câmara dos Deputados. Sua ligação com os escândalos apurados pela Operação veio à tona em abril de 2014, antes da reeleição da presidente Dilma Rousseff, e o levaram em poucas semanas a sair do partido. No fim de dezembro, foi cassado. As informações são de André Guilherme Vieira no Valor Econômico.
No início de março, Vargas afirmou a seus defensores que está disposto a fazer delação premiada. Procurada, a defesa do ex-parlamentar informou que não vai se manifestar sobre o assunto.O ex-deputado foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 14 anos e 4 meses de prisão em agosto do ano passado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, praticados com recursos que teriam origem na Petrobras. O ex-petista quer sair do regime prisional fechado.
Como secretário de comunicação do partido, Vargas teve conhecimento e influência sobre contratos de publicidade do governo federal. Dois dos temas centrais da delação de Vargas, caso venha a ser confirmada, serão os contratos firmados pelo governo federal com a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Ministério da Saúde. Eles envolvem pelo menos seis empresas de comunicação e propaganda investigadas e que tiveram seus sigilos fiscal e bancário quebrados no ano passado por decisão da Justiça Federal.
Essas empresas pagaram comissões à Limiar e à LSI, controladas por Vargas e pelo irmão dele, Leon, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Para os investigadores os recursos são repasses de propinas dissimulados em contratos por prestação de serviços.
Em dois anos de operação, a LavaJato já coletou diversas evidências de corrupção que envolveriam uma relação promíscua do Executivo com indicações políticas a postos estratégicos da administração e o Legislativo, que como contrapartida aprovaria projetos de interesse do governo.
Essa relação revelada pela investigação envolveria esquema de financiamento eleitoral e enriquecimento ilícito pelo uso das estatais Petrobras e Eletrobras, dos ministérios do Planejamento e da Saúde e ainda da CEF. Vargas pode detalhar ainda o abastecimento financeiro a blogs e sites (ligados ao PT pela via sindical) investigados na Lava Jato por suspeita de lavagem de dinheiro casos da Editora Gráfica Atitude e do site Rede Brasil Atual.
O ex-deputado federal aguarda o julgamento de dois recursos judiciais antes de se decidir sobre a delação premiada: um habeas corpus ajuizado no Supremo Tribunal Federal (STF) e um pedido em que sustenta que não poderia ter sido processado pela primeira instância, porque supostamente fora investigado pela Lava Jato enquanto era parlamentar. A questão será apreciada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A previsão é que os recursos sejam julgados nas próximas semanas.
O interesse de Vargas em se tornar delator foi transmitido à Operação Lava Jato por intermédio de sua defesa. Ele ainda não encaminhou aos investigadores anexos sobre os temas sobre os quais quer falar. É por meio deles que o MPF avalia a relevância do que o colaborador tem a dizer.
SÓ MAIS UM VERME GORDO!!!! QUE MAL TÉM NÉ.