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VAMOS ESPERAR ATÉ QUANDO?

Por Toribio Silveira

Tudo o que vou escrever é bem óbvio. Porém, muitas vezes, complicamos nossas vidas por abandonar caminhos previsíveis e já trilhados. Faltam menos de dois meses para um novo ano. Se a mesquinhez partidária e o pensamento provinciano continuarem, tudo indica que vamos esperar muito ainda para discutir e pôr em prática um projeto global para o desenvolvimento social e econômico de Foz do Iguaçu.

Os setores representativos da cidade precisam discutir o que fazer para encontrar alternativas para o crescimento econômico, para a diminuição do desemprego e da violência. Urgentemente, precisamos estabelecer um fórum de discussões de onde parta uma manifestação oficial, representativa da sociedade, escrita e assinada, e que leve um diagnóstico real sobre os problemas que enfrentamos. Nesse documento temos que apontar as soluções que queremos e que vamos EXIGIR dos governos estadual e federal. Confira a íntegra do artigo publicado originalmente no Megafone clicando no

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VAMOS ESPERAR ATÉ QUANDO?

VAMOS ESPERAR ATÉ QUANDO?

Por Toribio Silveira

Tudo o que vou escrever é bem óbvio. Porém, muitas vezes, complicamos nossas vidas por abandonar caminhos previsíveis e já trilhados. Faltam menos de dois meses para um novo ano. Se a mesquinhez partidária e o pensamento provinciano continuarem, tudo indica que vamos esperar muito ainda para discutir e pôr em prática um projeto global para o desenvolvimento social e econômico de Foz do Iguaçu.

Os setores representativos da cidade precisam discutir o que fazer para encontrar alternativas para o crescimento econômico, para a diminuição do desemprego e da violência. Urgentemente, precisamos estabelecer um fórum de discussões de onde parta uma manifestação oficial, representativa da sociedade, escrita e assinada, e que leve um diagnóstico real sobre os problemas que enfrentamos. Nesse documento temos que apontar as soluções que queremos e que vamos EXIGIR dos governos estadual e federal.

Nas entidades empresarias iguaçuenses (por exemplo, ACIFI E ASSOPORTES), temos várias exemplos de empresários arrojados e inovadores. Nos sindicatos há trabalhadores dispostos a discutir um projeto para a cidade. Temos um pólo universitário repleto de estudantes e professores de diversas áreas, buscando formação profissional e construindo conhecimento. Nos serviços públicos das três esferas de governo há profissionais com a clareza e discernimento sobre o que é servir à sociedade e que querem participar de discussões sobre alternativas para Foz do Iguaçu.

Em termos de força política para a implantação de um projeto de desenvolvimento para a cidade, temos a faca e o queijo na mão. O prefeito Paulo Mac Donald foi reeleito e sua votação lhe dá uma liderança inquestionável. A câmara de vereadores será renovada em sessenta por cento dos seus membros. Desse ambiente político, novas idéias e práticas devem surgir. Os três deputados eleitos por Foz, Chico Noroeste, Dobrandino da Silva e Reni Pereira querem o bem da cidade e, também, uma futura aprovação nas urnas.

O mesmo vale para deputados federais com votos aqui e para o governador Roberto Requião. Temos três senadores da república, dois deles, os irmãos Álvaro e Osmar Dias, defensores de projetos benéficos para a cidade no parlamento nacional. O presidente Lula é do PT, que tem base de sustentação no PMDB (de Requião) e também no PDT (de Paulo Mac Donald). O diretor geral da Itaipu Jorge Samek, que é do PT e amigo do presidente, é um inegável defensor das causas da cidade. Repito, temos a faca e o queijo na mão.

Diante desses aspectos positivos, surgem algumas interrogações. Quando e quem vai liderar um processo de discussão CONJUNTA sobre a Foz que queremos para os próximos cinco, dez ou vinte anos? Vamos nos limitar a discutir nossa cidade apenas em épocas eleitorais? Quando nossos líderes eleitos pelo voto direto e também os representantes de classe vão se juntar, deixar de lado as picuinhas e pensar em primeiro lugar no futuro desta cidade? Vamos continuar esperando o desemprego, a violência e a miséria aumentarem?

Vamos ficar de joelhos implorando para que reflexos da maior crise financeira global história, depois da crise de 1929, sejam os menores possíveis? Vamos aguardar mais uns meses para colocar a culpa em alguém? Será que vamos esperar pelas eleições de 2010, depois ver o que dá nas de 2012 e assim por diante? Até quando vamos esperar? Chega de repetir as balelas que ouvimos há cerca de duas décadas: “Foz só vai pra frente se tiver deputado federal eleito pela cidade”, e outra “para as coisas andarem, o governador tem que ser do mesmo partido do prefeito e blá, blá, blá”. Se isso tivesse algum fundo de verdade, na extinta União Soviética tudo seria maravilhoso, já que lá todos eram do mesmo partido.

Se até as guerras e as catástrofes naturais fazem inimigos históricos lutarem por uma causa comum, estou certo de que diferenças políticas tão pequenas entre nossos dirigentes podem ser superadas. Estamos aptos a construir um projeto viável para a cidade que amamos. Não podemos esperar nem as próximas eleições, nem uma próxima crise global. Poderá ser tarde.

Toribio Silveira, economista em Foz do Iguaçu/PR.