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Vamos de Metrô! – por Pedro Lichtnow

O prefeito Luciano Ducci chegou lá. E não é para menos. Nesses 18 meses no comando da quarta maior capital do país, Ducci soma conquistas e um plano de obras sem precedente. E o melhor: trabalha em sintonia fina com o governador Beto Richa e classifica como “mais do que excelente” a relação com o governo da presidente Dilma Rousseff.

O que faz Ducci receber tanta atenção de Beto e Dilma tem várias explicações. O prefeito de Curitiba é considerado um realizador, criador de programas de excelência, tocador de obras e gestor de qualidade. A boa fama se construiu ao longo dos anos e se consolidou ao lado de Beto como o “cara que tocava a máquina”.

De um bom coadjuvante ao primeiro plano de ação, viu-se um Ducci mais ousado e ciente da dinheirama contida nos PAC’s e programas federais, além dos recursos estaduais e de outros investimentos. Conhecedor das máquinas e seus meandros e com relações que inspiram confiança, Ducci conquistou agora em outubro a cereja que faltava no seu bolo de realizações.

Trecho da matéria “Vamos de Metrô!”, de Pedro Lichtnow, publicada na edição de novembro da Revista Ideias. Leia a seguir a sua íntegra.

O prefeito Luciano Ducci chegou lá. E não é para menos. Nesses 18 meses no comando da quarta maior capital do país, Ducci soma conquistas e um plano de obras sem precedente. E o melhor: trabalha em sintonia fina com o governador Beto Richa e classifica como “mais do que excelente” a relação com o governo da presidente Dilma Rousseff.

O que faz Ducci receber tanta atenção de Beto e Dilma tem várias explicações. O prefeito de Curitiba é considerado um realizador, criador de programas de excelência, tocador de obras e gestor de qualidade. A boa fama se construiu ao longo dos anos e se consolidou ao lado de Beto como o “cara que tocava a máquina”.

De um bom coadjuvante ao primeiro plano de ação, viu-se um Ducci mais ousado e ciente da dinheirama contida nos PAC’s e programas federais, além dos recursos estaduais e de outros investimentos. Conhecedor das máquinas e seus meandros e com relações que inspiram confiança, Ducci conquistou agora em outubro a cereja que faltava no seu bolo de realizações.

Surpresa – E bota cereja nisso. O metrô vai colocar Luciano Ducci na galeria dos prefeitos que deixaram a sua marca em Curitiba. Na capital, à despeito da ciumeira petista, a presidente Dilma o confidenciou “surpresa e alegria” e não poupou elogios ao anunciar o esperado R$ 1 bilhão ao metrô.

Dilma chamou Ducci de “parceiro importante” no desafio da implantação dos metrôs no Brasil e tascou: “o projeto do prefeito Luciano Ducci é um dos melhores do Brasil”. Foi ainda além: “Ao transportar 400 mil passageiros por dia, o metrô vai permitir a redução da emissão de gases poluentes, o que contribui muito para a qualidade de vida da população. É destaque também a tarifa única em toda a rede de transporte, que dá uma condição mais acessível aos cidadãos”.

Outro ponto citado por Dilma, o que torna o metrô um projeto original, é o da implantação dos boulevares para a integração de pedestres e ciclistas nas canaletas dos ônibus expressos. “Uma parte extremamente relevante do projeto de Curitiba é a utilização do espaço das canaletas para uma área de integração de lazer e cultura. É destaque que mostra o caráter muito adequado deste projeto, dentro da visão que precisamos investir na mobilidade urbana”, completou.

Arquitetura – Para conseguir o R$ 1 bilhão, a fundo perdido do governo federal, Luciano Ducci teve que suar a camisa, várias reuniões, audiências em Brasília, buscar apoio de ministros, deputados federais e senadores, além de montar uma arquitetura financeira para viabilizar os R$ 2,25 bilhões previstos para os 14,2 quilômetros da primeira etapa da Linha Azul, o Metrô Curitibano.

Não foi fácil. Dos R$ 2,25 bilhões, o governo federal vai entrar com R$ 1 bilhão e financiará R$ 750 milhões, que serão assumidos pelo governo estadual (R$ 300 milhões) e pelo município (R$ 450 milhões). Uma parceria público-privada vai completar os R$ 500 milhões restantes.

História – Na cerimônia do anúncio de R$ 1 bilhão, Dilma viu um Luciano Ducci emocionado – ele esqueceu até os óculos de leitura. “Hoje, 13 de outubro de 2011, é um dia que entra para a história da cidade de Curitiba. É o dia em que nós, curitibanos, conquistamos o nosso metrô”, disse aos presentes.

“Vamos iniciar as obras em 2012”, garantiu o prefeito à Dilma. “Este dia é histórico, também, porque o metrô representa o maior investimento já feito num único projeto nesses 318 anos de fundação da nossa cidade”, destacou.

“São 2 bilhões e 250 milhões de reais. Um investimento bilionário, conquistado com uma grande parceria entre a Prefeitura de Curitiba, o Governo do Paraná e o Governo Federal”, completou Ducci.

Linha Azul – Em painéis dispostos no Salão de Atos do Parque Barigui, o prefeito mostrou a Dilma detalhes da primeira linha do Metrô Curitibano. A Linha Azul vai ligar o extremo sul da cidade (CIC), ao norte (Santa Cândida). O trecho inicial terá 14,2 quilômetros de extensão e terá 13 estações desde a CIC-Sul, próximo à Rua Nicola Pelanda, até a Rua das Flores, no Centro. A obra vai gerar cerca de dois mil empregos.

A primeira etapa do metrô vai atender 400 mil usuários e substituirá 110 ônibus que rodam 20 quilômetros por dia. Calcula-se a redução da emissão de 8,5 mil toneladas de CO2 por ano na atmosfera e também a redução de três decibéis de ruído.

A frota terá 18 trens, compostos por cinco carros cada, com capacidade para transportar 1.450 passageiros por viagem. Nas atuais canaletas dos biarticulados será construído um parque linear – o que impressionou Dilma – com ciclovias e áreas verdes para a prática de esporte.

Amigo do Beto – Ainda na cerimônia do Barigui, Luciano Ducci fez questão de destacar a participação do governador Beto Richa na empreitada e até na confecção original do projeto. “O Metrô começou ainda na gestão de Beto Richa, parceiro de tantos anos. O Beto mantém o mesmo carinho e atenção para com Curitiba”.

E Beto não só garantiu os R$ 300 milhões para as obras da primeira fase como também lembrou a boa fase na parceria com o governo Dilma. “Muitas coisas ainda serão anunciadas como resultado desta parceria que temos feito com o governo federal em várias áreas e que repetimos no relacionamento com os 399 municípios, sem discriminação ou picuinhas”, disse Richa.

Para reduzir o custo do empreendimento, o governo estadual estuda ainda a isenção do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para as obras. “Estamos estudando o assunto, mas é possível que o governo realize algum incentivo nesse sentido, que poderá desonerar os gastos nas obras e as passagens”.

Das parcerias de Curitiba com o governo federal, a própria Dilma fez questão de destacar, além do Metrô, o conjunto de obras previstas no PAC da Copa. De Ducci, ouviu que as todas as obras do pacote, que alcança R$ 222,2 milhões, serão licitadas até o final do ano.

No pacote: o corredor Aeroporto/Rodoferroviária, a Estação Rodoferroviária e acessos, o corredor da Avenida Cândido de Abreu, o corredor da Avenida Marechal Floriano Peixoto, o Sistema Integrado de Mobilidade e a reforma e ampliação do terminal de ônibus Santa Cândida.

Parceria – No seu discurso, o prefeito destacou os diversos projetos que recebem recursos federais. Os recursos chegam graças ao “planejamento, determinação, e da boa receita da competência curitibana, com a qual conquistamos o respeito técnico e político do governo da presidenta Dilma Rousseff”.

“Acredito ser justamente este respeito que tem possibilitado o repasse de recursos por parte do Governo Federal para importantes realizações em nossa cidade, em todas as áreas”, disse.

A maior parte dos recursos foi aplicada na área de habitação. Entre 2010 e agosto deste ano, foram R$ 37 milhões. Ainda estão em negociação mais R$ 52 milhões, para retirar famílias de áreas de risco e oferecer moradia de qualidade.

A segunda área a receber mais recursos é a de infraestrutura urbanística – são mais R$ 11 milhões. A prefeitura apresentou ainda projetos para mais R$ 172 milhões, em especial no setor de drenagem. Há outro montante de projetos para captar recursos federais, na ordem de R$ 347,9 milhões. Do PAC das Cidades Históricas, espera-se mais R$ 57 milhões.

Referência – Como se vê, não é por somenos, que Dilma considera Curitiba e o Paraná referências para investimentos federais. “É uma satisfação trazer o metrô como eixo de articulação a uma cidade que cada vez mais é centro de atração de uma das regiões mais fortes do País.”

Outra referência de Curitiba, segundo Dilma, ganhou o mundo. “Discutir e planejar o transporte coletivo em áreas de grande concentração urbana tem como referência a cidade de Curitiba e o que aqui foi realizado”.

“Não podemos ter um país com o transporte público segregado a classes. No mundo inteiro o metrô é um instrumento de democratização do espaço urbano. Por isso, é um momento muito importante poder anunciar este investimento em Curitiba – que deu a sua contribuição no conceito de transporte urbano copiado no mundo”, completou.

A presidente contou que esteve em Istambul, na Turquia, e constatou “as canaletas e estações como as que foram feitas” em Curitiba. Dilma disse que é fundamental que se reconheça a Rede Integrada de Transporte de Curitiba como modelo na modernização e reestruturação de sistemas transportes. “É modelo que correu o mundo”.

“Foi de países em desenvolvimento a países desenvolvidos. Foi para a ponta da Ásia com a Europa, para a América Latina e para os EUA”, afirmou a presidente que considera o investimento no transporte de massa como elemento chave para o desenvolvimento das cidades.

Luciano Ducci não esconde a alegria e o entusiasmo em viver este momento. Acorda cedo, dorme tarde, e tem um catatau de obras para entregar até o final de 2012. Seu ritmo é forte que nem mesmo uma forte gripe o deixou quieto. Mantém sua agenda de trabalho, inclusive aos finais de semanas e feriados, e para os mais próximos vaticinou. “Quero inaugurar o Metrô em 2016 e realizar mais um sonho de todos os curitibanos”.