da AEN:
O gerenciamento correto de resíduos sólidos, para evitar acúmulo de água, e a conscientização da população para que abra suas casas à vistoria dos agentes de endemia estão entre os principais pontos da estratégia de combate à dengue no Paraná nos próximos meses. O tema foi discutido durante a 7ª reunião do Comitê Gestor Intersetorial de Combate à Dengue, realizada nesta segunda-feira (24), na Secretaria de Estado da Saúde.
O grupo concluiu que a falta de gestão adequada de resíduos sólidos nos municípios é um dos pontos críticos no combate à dengue no Paraná. Por isso, recomendou a orientação urgente aos municípios para o descarte adequado de materiais recicláveis, como garrafas, pneus e objetos que acumulam água, ou mesmo sua armazenagem em locais fechados, para evitar focos do mosquito transmissor.
“O gerenciamento correto de resíduos sólidos, além de ser uma questão ambiental, também é uma questão de saúde pública que precisamos priorizar”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
A diretora da 17ª Regional de Saúde, Djamedes Maria Garrido, relatou os problemas verificados em Londrina, que recentemente enfrentou um grande volume de chuvas e enchentes. “Muitas famílias sobrevivem da venda de materiais recicláveis e como são armazenados a céu aberto eles se tornaram verdadeiros criadouros do Aedes aegypt, principalmente depois desta enchente”, disse.
A determinação do comitê foi para que as secretarias municipais e estadual da Saúde e do Meio Ambiente, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) façam reuniões com os gestores municipais para encaminhar as providências necessárias. Este deverá ser um dos pontos da pauta da reunião agendada pelo secretário Michele Caputo Neto com a Associação dos Municípios do Paraná para o dia 18 de novembro, em Londrina. O objetivo da reunião será discutir o enfrentamento da dengue em todo o Estado.
CAMPANHA – Durante a reunião também foi apresentada a campanha estadual de combate à dengue, que neste ano aborda o grande número de residências fechadas para a vistoria de agentes de endemias. Segundo dados das regionais de Saúde, de 10 a 40% de imóveis no Paraná permanecem fechados e não são vistoriados pelos agentes.
No Litoral esse índice é de 60%. Por isso, o mote da campanha será “Abra a porta para o combate da dengue”, chamando a população a aderir à campanha e eliminar criadouros do mosquito transmissor. Entidades de classe, cooperativas e empresas paranaenses também serão chamadas a participar. O governo vai colocar à disposição as peças da campanha para que o Paraná faça uma grande mobilização contra a doença.
RECURSOS – A chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde, Ivana Belmonte, apresentou a relação dos 88 municípios selecionados pelo Ministério da Saúde que irão receber 20% a mais de recursos do bloco de vigilância para o combate à dengue.
Os recursos foram definidos pelo ministério seguindo critérios epidemiológicos e populacionais. Para recebê-los, os municípios devem apresentar seus planos de contingência, além de cumprir metas pré-estabelecidas. O dinheiro será entregue aos municípios em parcela única e o total destinado ao Paraná chega a R$ 2,5 milhões. A secretaria também irá manter a ajuda definida no início deste ano, num total de R$ 1,5 milhão de recursos estaduais, para que 24 municípios contratem agentes de endemias.
NÚMEROS – O informe mensal da situação da dengue, publicado nesta segunda-feira (24), relata 2.782 notificações no Paran. Foram confirmados 51 casos em 11 semanas (ano epidemiológico 2011-2012). A partir deste ano, a Secretaria da Saúde estabeleceu o ano epidemiológico da dengue entre a primeira semana de agosto de 2011 e a última semana de julho de 2012, porque leva em conta o período epidêmico da doença.
CURSO – A Secretaria da Saúde, em parceria com a Federação das Unimeds do Estado do Paraná, realiza nesta terça (25) e quarta-feira (26), na sede da Sociedade Médica de Maringá, o II Seminário de Gestão Integrada de Controle da Dengue. O objetivo é proporcionar discussão entre profissionais da assistência, especialmente infectologistas, pediatras e intensivistas, com experiência no manejo clínico da doença.
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