Sempre apontado como um dos representantes da nova geração tucana, ao lado de Aécio, e acumulando quatro eleições seguidas, com boa aprovação de suas administrações tanto na prefeitura de Curitiba quanto no governo do Estado, Richa ainda seria beneficiado pela perda de espaço político de Aécio que, quase sem chances de chegar ao segundo turno, vê seu afilhado político, Pimenta da Veiga (PSDB) também perdendo já no primeiro turno para Fernando Pimentel (PT) em Minas Gerais, seu domicílio eleitoral e estado que governou por dois mandatos.
Sem mandato (deixa o Senado ao final desta legislatura) e se for derrotado em sua própria casa, Aécio deverá perder espaço político e ver crescer, além do nome de Richa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o de Goiás, Marconi Perillo e o senador do Ceará, Tasso Jereissati, além de José Serra, que trava uma acirrada disputa por uma cadeira no Senado.
Como Serra e Alckmin já disputaram, sem sucesso, a presidência da República, Richa surge entre os nomes que o PSDB poderia apresentar como novidade no cenário nacional, ao lado do próprio Aécio e de Perillo, além de Jereissati que, no entanto, já terá 70 anos em 2018.
O caminho natural de Richa deveria ser percorrido lentamente, de acordo com lideranças tucanas nacionais e estaduais ouvidas pelo Vanguarda, Primeiro, ele disputaria a eleição para o Senado em 2018 e, se eleito, construiria seu nome em Brasília e no Congresso Nacional para, quem sabe, passar a ser uma liderança nacional do partido.
O senador Alvaro Dias, por exemplo, diz que o futuro de Beto Richa vai depender do que ele fizer num eventual segundo mandato, caso se confirme a reeleição. “E vai precisar fazer mais, uma gestão marcante, com repercussão que ultrapasse os limites do Estado”, disse. Alvaro lembrou que Aécio também foi um governador eleito e reeleito com grande votação e que deixou o governo de Minas com aprovação recorde. “O mesmo aconteceu com o Eduardo Campos, que era o governador com melhor avaliação do Brasil, mas não chegava a 10% na corrida presidencial”, comentou, citando o ex-governador de Pernambuco, antecessor de Marina Silva (PSB) na corrida presidencial.
O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni acredita que Richa sairá bastante fortalecido deste processo eleitoral. “Eu estou trabalhando para o Aécio ir ao segundo turno, acredito que é possível, agora se não for, nós seremos o fiel da balança porque teremos importantes governadores atuando no processo.Será importante termos as vitórias do Beto Richa no Paraná, do Geraldo Alckmin em São Paulo e do Marconi Perillo, em Goiás. Esses governadores sairão fortalecidos do processo eleitoral e terão um papel fundamental no segundo turno”, disse. “Agora, fazer previsão para a eleição de 2018, é difícil. É muito cedo ainda para falar sobre esse futuro distante. Ate porque pode cair um outro avião e surgir mais um herói ou heroína”, concluiu.
A possibilidade de reeleição no primeiro turno, derrotando nomes expressivos nacionalmente como o senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) e a ex-ministra da Casa Civil, senadora Gleisi Hoffmann (PT), aliada à provável derrota de Aécio Neves já no primeiro turno da eleição presidencial pode posicionar o governador Beto Richa no grupo de protagonistas do PSDB nacional para os próximos anos.
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