Reitores das universidades estaduais do Paraná detalharam na Frente Parlamentar do Coronavírus como estão enfrentando a pandemia, o apoio que estão recebendo da Assembleia Legislativa e ainda a volta das aulas presenciais, atividades remotas e a previsão sobre a realização dos vestibulares. “Diminuímos a intensidade no ensino e focamos totalmente no atendimento a população.” afirmou o reitor da Universidade Estadual de Maringá, Júlio César, durante a nona reunião do colegiado na última quarta-feira, 26.
O reitor destacou a importância dos hospitais universitários na rede pública de saúde. “Desenvolvemos o rearranjo do hospital, com espaços de isolamento para pacientes, uma rede de referência em emergências epidemiológicas com 50 pesquisadores em conexão com outras instituições e profissionais da região.” disse ao citar como exemplo do edital que selecionou bolsistas para capacitação e atuação no enfrentamento ao coronavírus nos pequenos municípios.
Rapidez – O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, destacou a velocidade das universidades públicas em se adaptar, prevenir e enfrentar a covid19. “Foram dezenas de ações, produzindo informações, arrecadando recursos, produzimos álcool gel. Fizemos uma rede com mais de 50 profissionais para fazer atendimento psicológico remoto aos profissionais do HU, estendemos para todos os profissionais de saúde pública de Londrina, trabalho voluntário organizado por uma professora ao mesmo tempo continua com todas as atividades remotas de ensino“, citou Sérgio Carvalho
Assim como a UEM, a Universidade Estadual de Londrina suspendeu o calendário da graduação e manteve as atividades da pós-graduação. “Tivemos mais de 500 bancas de mestrado e doutorado durante esse período, mais de 200 laboratórios estão funcionando”, disse o reitor que reafirmou que não existe previsão de retomada das aulas presenciais ainda em 2020.
Em relação às atividades remotas, a UEL realizou uma pesquisa respondida por mais de 95% dos estudantes sobre inclusão digital. “Quando retomamos as atividades, assumimos o compromisso de que nenhum estudante fica para trás, portanto aqueles que tivessem dificuldades de acesso ao meio digital deveriam ser abrigados”, destacou Carvalho, que também agradeceu os recursos para a área. “Não tínhamos um centavo para inclusão digital. Mais de 50% dos estudantes são cotistas negros ou de escola pública”, disse.
O deputado Michele Caputo (PSDB), coordenador da frente, destacou o trabalho da UEL. “Fiquei muito impressionado pelo estudo de Londrina, que colocou que 20% dos acadêmicos estão sem ter acesso de qualidade a internet, ou o próprio tablete ou um computador. Além de tudo que vocês estão fazendo.”
Pesquisas – O vice-reitor Everson Krum destacou as atividades realizadas pela UEPG. “Produção de máscaras faciais e face shields, álcool em gel, além das pesquisas e estudos econômicos sobre a incidência do vírus e sobre os impactos sociais”, listou o vice-reitor que também citou a arrecadação de cesta básicas e a seleção de bolsistas para o call center de orientações à população sobre o coronavírus.
“Para que não houvesse a descontinuidade da educação, já que não havia a possibilidade das atividades presenciais, com o auxílio da Assembleia Legislativa, e da Receita Federal que doou celulares, foi feito a entrega de tabletes, computadores, celulares com chips de planos de internet provido pela instituição” disse Everson Krum.
O representante da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino superior, professor Luiz Paulo Mascarenhas informou que as demais universidades públicas estaduais, Unioeste, Uenp e Unicentro, também retomaram as atividades de forma remota e também agradeceu à Assembleia pelos recursos destinados à inclusão digital dos estudantes.
“A viabilidade para o recomeço e retorno das atividades seriam ainda mais demoradas ou seriam retomadas com alguns paranaenses ficando para trás. Isso é importante a gente mencionar, que ninguém dos nosso alunos vai ficar sem a oportunidade de participar das suas aulas online graças a essas ações que estão sendo feitas em parceria com os mais diversos órgãos.” disse.
Vestibular – Mascarenhas adiantou que os vestibulares podem ser realizados no início de 2021, mas que depende dos efeitos das medidas ao combate ao coronavírus e do achatamento da curva de transmissão da doença. “Agora a gente já entende um pouco a pandemia, atitudes que são necessárias para prevenir o contágio e esperamos também que a gente tenha uma vacina em breve para nos ajudar na retomada das atividades presenciais. A discussão nos colegiados das universidades começaram em relação ao vestibular e muito provavelmente no início do próximo ano de 2021” respondeu ao questionamento do deputado Michele Caputo.
O último convidado a detalhar a situação do enfrentamento ao coronavírus, o reitor Antônio Carlos Aleixo, da Unespar, afirmou que o Paraná precisa de mais cursos na área de saúde em regiões que não são atendidas no estado. “Temos regiões que são ricamente atendidas por hospitais universitários e postos de saúde, mas há buracos no interior do estado que precisam ser contemplados”.
Aleixo lembrou ainda que Unespar não suspendeu o calendário escolar. “Organizamos atividades remotas e não nos afastamos dos estudantes.” relatou. Aleixo avaliou positivamente a iniciativa do legislativo estadual. “Agradecemos a Assembleia que destinou os recursos para compra de tabletes e aparelhos de transmissão, garantindo o sucesso das atividades remotas”.
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