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UNILA tem mestrado profissional em Educação aprovado pela Capes

A Capes aprovou, neste mês, o primeiro mestrado profissional da UNILA. Voltado para professores da educação básica, o mestrado profissional em Educação aguarda a homologação pelo Ministério da Educação para iniciar o primeiro processo de seleção. A expectativa é que as inscrições possam ser abertas ainda este ano, para início das aulas em 2024. Com o novo curso, a Universidade passará a totalizar 13 mestrados.

“O principal motivo [para a proposta deste mestrado] sempre foi construir um espaço formativo, de qualidade, para o professorado da educação básica da América Latina, em especial, para os que atuam nas redes de ensino estadual e municipal da Tríplice Fronteira”, afirma o coordenador do mestrado, Miguel Antonio Ahumada Cristi.

A equipe que elaborou a proposta apresentada à Capes contabilizou, em Foz do Iguaçu, 86 escolas municipais, 30 estaduais, 45 escolas privadas e um Instituto Federal. Em Puerto Iguazú (Argentina), são 40 escolas e, em Ciudad del Este (Paraguai), outras 126. A estimativa é que aproximadamente 2.500 profissionais da educação básica atuem na Tríplice Fronteira.

O objetivo do mestrado é oferecer uma formação crítica para que, a partir da sua experiência prática, os educadores possam aprimorar seus conhecimentos, propor e construir políticas educacionais, oferecer propostas educativas, realizar análises do currículo e produzir materiais didáticos que colaborem com o desenvolvimento de uma educação de qualidade.

“Um mestrado profissional, para além de ter as mesmas exigências científicas que um mestrado acadêmico, considera a reflexão sobre a própria experiência profissional”, reforça o vice-coordenador do novo mestrado, Valdiney Da Costa Lobo. “O mestrado prevê a formação de profissionais capazes de refletir sobre a sua prática, isto é, compreender de forma crítica e propositiva os problemas, tensões, desafios e potencialidades da educação básica, especialmente”, completa.

Fortalecimento

Para a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Laura Fortes, o mestrado profissional em Educação atende a um público que está muito próximo da UNILA – resultado, principalmente, das ações de extensão que são desenvolvidas nas escolas. “A proposta do mestrado surge a partir das demandas locais do território e tem um grande foco no profissional que já está envolvido com questões educacionais e que poderá, a partir dessa capacitação, construir novas propostas, pensando na melhoria da educação. É um fortalecimento em cadeia”, diz. Ao focar a região da Tríplice Fronteira, o mestrado colabora também, afirma a pró-reitora, para a consolidação da internacionalização da UNILA, que tem como missão a integração da América Latina. “Traz com muita força esse contexto latino-americano e a articulação e integração regionais.”

O Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEDU) tem área de concentração em “Educação: ensino e aprendizagem”, e oferece formação em duas linhas de pesquisa: Teorias, políticas e práticas de educação; e Metodologias e processos de ensino e aprendizagem. Serão oferecidas, inicialmente, 12 vagas. O tempo médio de duração do curso é de 24 meses e o aluno deverá cumprir oito créditos obrigatórios e oito créditos optativos.

Para a conclusão de seu curso, o aluno deverá elaborar uma dissertação com pesquisa de campo incluída, baseada na sua prática profissional. “Nesta questão não há diferença entre o mestrado profissional e o acadêmico: o mestrando deverá realizar uma pesquisa de elevado rigor científico, ainda que baseada em experiências profissionais, que seria seu trabalho de campo”, explica Cristi e exemplifica: “Um docente de português de ensino fundamental ou de ensino médio, no âmbito da sua própria prática, percebe que os seus alunos têm dificuldades na compreensão de leitura. Acredita que se deve à falta de preparação para a leitura analítica, crítica, dos textos. Para isso, ele pode construir materiais didáticos que promovam o aprimoramento da leitura analítica e, logicamente, aplicá-los e analisar os resultados”. Ele ressalta que, mesmo com um projeto prático, o mestrando terá de “elaborar uma dissertação com aprofundamento teórico que justifique os resultados da sua pesquisa de campo”.

Poderão participar da seleção, profissionais da educação básica em exercício, seja na docência, coordenação ou direção; profissionais atuantes em secretarias de educação ou em entidades de apoio à educação das crianças, adolescentes e jovens, como ONGs e centros de apoio à infância, adolescência e juventude, entre outros; e profissionais que atuem na educação superior, na docência ou administração, desde que o projeto de pesquisa apresentado para o ingresso esteja ligado à área de concentração do curso.

Fonte: Unila