Em plena onda política mundial e nacional de direita, o mais novo partido brasileiro nasce tentando resgatar bandeiras caras à esquerda voltadas prioritariamente para a população mais pobre das periferias do País. Com o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no último dia 10, o “Unidade Popular (UP)” surge com um programa radical que inclui a nacionalização dos bancos, estatização do transporte coletivo e desmilitarização da polícia. O nome é inspirado na frente de partidos do Chile que deu sustentação ao governo socialista de Salvador Allende, derrubado em 1973 por um golpe militar. Informações Bem Paraná.
A UP teve o registro aprovado pelo TSE após conseguir a confirmação de 497,6 mil assinaturas de eleitores não filiados a outros partidos em apoio à sua criação, o que supera o apoiamento mínimo de 491,9 mil assinaturas, exigido com base em percentual de votos dados na última eleição para a Câmara dos Deputados. A legenda se tornou assim a 33ª registrada oficialmente no País e já poderá disputar as eleições municipais de 2020.
Segundo o presidente nacional da nova sigla, Leonardo Péricles Vieira, a ideia para a criação da UP surgiu a partir das manifestações de junho de 2013. “A gente percebeu que havia um certo esgotamento dos partidos a nível institucional, e que se abria um espaço vácuo importante principalmente no campo da esquerda, que é isso que nos interessa”, explica ele, que integra o movimento dos sem-teto e reside em uma área de ocupação na periferia de Belo Horizonte (MG).
Assinaturas
Foi justamente nesse e em outros movimentos populares já existentes como o “Luta de Classes”, na área sindical, o “Olga Benário”, de defesa dos direitos das mulheres; a União da Juventude Rebelião, que atua nas escolas e universidades, e o “Luta nos Bairros Vilas e Favelas”. que a UP se apoiou para conseguir recolher mais de 1,2 milhão de assinaturas, sendo 900 mil delas encaminhadas aos cartórios eleitorais em 13 estados diferentes, tendo pouco mais da metade delas homologadas pela Justiça. “Nós fomos para onde o povo está. Conseguimos constituir 13 diretórios divididos nas cinco regiões do País e com isso a gente deu entrada com o pedido de registro no TSE no final de julho”, explica Vieira.
Base
O resultado, segundo o dirigente, colocou em xeque o discurso de que a população é refratária à atividade política. “Um partido popular que nasce das bases, das periferias, quando muita gente dizia que não era possível, que não era momento para montar partido, que o povo não quer saber de política e o que a gente viu foi exatamente o contrário”, afirma ele, explicando que atualmente a legenda já está organizada em 22 estados.
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