O grupo Campos de Andrade, de Curitiba, comprou a Universidade Ibirapuera. Desde segunda-feira, os novos proprietários assumiram a instituição, há 40 anos em São Paulo, com cerca de 6.000 alunos e duas unidades na zona sul. A compra acontece em momento crítico para a universidade, que perdeu metade dos alunos nos últimos três anos e que tem grande parte dos funcionários sem receber o 13º nem os salários relativos ao meses de dezembro e janeiro.
O foco foram as mudanças administrativas nesta primeira semana de atuação do grupo paranaense, que comanda quatro instituições de ensino superior (três no Paraná e uma em Brasília), que, juntas, têm cerca de 18 mil estudantes. José Campos de Andrade, o presidente do grupo, demitiu o reitor da universidade, Jorge Bastos, assumiu o posto e já comunicou a demissão do vice-reitor administrativo e dos gerentes de RH, Compras e Marketing.
Dentre as medidas previstas por Andrade está elitizar a instituição. "As classes D e E não são nosso objetivo em São Paulo. Não quero fazer universidade barata. Nós somos elite." Para ele, o equívoco administrativo foi popularizar uma universidade que nunca foi popular. "Gastaram milhões fazendo propaganda em favela e escola estadual", diz, ao se referir a ações de marketing da antiga mantenedora, que instalou cursos tecnológicos com mensalidades a partir de R$ 279 e investiu em ações como a cessão de computadores a alunos da graduação tecnológica. Andrade quer concorrer com USP, PUC e Mackenzie e, para isso, diz que dará ênfase à pesquisa científica e que a mensalidade mínima de qualquer curso deve ser de R$ 500.
da Folha de S. Paulo