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UMA ITAIPU DE POLUIÇÃO, ENERGIA CARA E AQUECIMENTO GLOBAL.

O Plano Decenal de Energia, colocado em consulta publica um dia antes da véspera do Natal, determina que sejam construídas novas 81 usinas térmicas com capacidade total de 13.600 MW até 2017. Se forem mesmo construídas, elas representarão quase uma usina de Itaipu inteira, alimentada com derivados de petróleo e outras fontes fósseis, triplicando as emissões de CO2 do setor elétrico brasileiro. – trecho do artigo de Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni. Leia sua íntegra aqui.

UMA ITAIPU DE POLUIÇÃO, ENERGIA CARA E AQUECIMENTO GLOBAL

UMA ITAIPU DE POLUIÇÃO, ENERGIA CARA E AQUECIMENTO GLOBAL.

De quem será a culpa pelo enorme crescimento da geração de energia elétrica através de combustíveis fósseis no Brasil?

Por Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni

O Plano Decenal de Energia, colocado em consulta publica um dia antes da véspera do Natal, determina que sejam construídas novas 81 usinas térmicas com capacidade total de 13.600 MW até 2017. Se forem mesmo construídas, elas representarão quase uma usina de Itaipu inteira, alimentada com derivados de petróleo e outras fontes fósseis, triplicando as emissões de CO2 do setor elétrico brasileiro.

Tentando justificar essa “Itaipu de Poluição”, os responsáveis põem a culpa no setor ambiental e no Ministério Público, que entravariam novas hidroelétricas. As usinas serão construídas junto às cargas, ou seja dentro de muitas das principais cidades brasileiras.

Especialistas independentes tem outra opinião.Eles dizem que os parâmetros arbitrados nas fórmulas usadas nos editais de leilão de compra de energia favoreceriam às termoelétricas em detrimento das usinas hidroelétricas, eólicas e movidas a biomassa.

Apontam também a ineficiência da Aneel em fiscalizar o retardo intencional e a não-construção de empreendimentos hidráulicos já autorizados que estariam sendo vendidos num autentico “mercado negro” de autorizações de geração. Culpam também o fato da Aneel ter um pequeno número de técnicos (apenas doze) para analisar mais de 37.000 MW de novos inventários e projetos de geração hidroelétrica que foram entregues à agência nos últimos cinco anos.

Os especialistas também se indagam se o presidente Lula não gostaria de conhecer uma versão diferente dessas idéias “oficiais” e muito estranhas de comprarmos 81 novas termoelétricas. E também se não seria útil ao presidente dispor de outras alternativas, para quando tiver que tentar convencer, por exemplo, ao presidente Barack Obama, que aqui no Brasil, ao contrario do que ocorre no mundo inteiro, as “eólicas não funcionam” e que nos próximos anos estaremos muito ocupados, construindo uma nova estatal, a IPP ou “Itaipu de Petróleo e Poluição”. E dizem que já pediram uma audiência ao Presidente Lula, para o caso dele estar interessado em conversar sobre o assunto.

Quem terá a razão?

Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni – engenheiro eletricista, ex-diretor da Companhia Paranaense de Energia – Copel, atual diretor da Enercons Consultoria em Energia Ltda.