Um dia após o Dia Internacional contra a Corrupção, comemorado no domingo, o jornalista Moisés Rabinovici entrevista no Um Olhar sobre o Mundo desta segunda-feira (10), o professor e procurador federal de Justiça Judivan Vieira, autor da primeira e única enciclopédia sobre o tema, problema que se abate, em diferentes graus, sobre praticamente todos países do mundo. Composta por cinco volumes, a obra do brasileiro acaba de ser lançada nos Estados Unidos, onde o autor é convidado frequente para palestras em universidades norte-americanas. Um Olhar sobre o Mundo vai ao ar pela TV Brasil às 21h45. Às informações são da Agência Brasil.
Segundo Vieira, a corrupção não pode ser totalmente eliminada, mas sim reduzida, principalmente por meio da mudança da cultura dos países. Lembrou que a corrupção é própria do ser humano, mas sua escalada pode ser revertida, já que a cultura dos povos é “mutável”. Para mostrar como esse fenômeno pode se transformar no decorrer do tempo, lembrou que a Suécia, que hoje é modelo para os outros países, chegou a ser conhecida no século 18 como um país onde reinava a corrupção.
“A corrupção caminha junto com o homem, como a sombra caminha junto com o corpo”, assegurou o professor. Lembrou que a corrupção ocorre no Brasil, na África, na Ásia e em outros países e continentes, e que é tão antiga que é citada, inclusive, desde os primeiros textos e ordenamentos religiosos de praticamente todas as religiões.
Para ele, o fundamento da transformação dos povos diante da corrupção está justamente no respeito à ética, que deve ser cultivada desde a infância, na escola e por meio dos livros. “Eu vejo a ética como algo que você deve amar e agregar à sua vida”, assegurou.
Viera contou que levou sete anos para desenvolver a enciclopédia e, para isso, viajou muito por vários países. Na primeira fase de levantamentos sobre a situação da corrupção, ele viajou para conferir como ela funcionava aqui e nos países vizinhos. “Foram cinco anos concluindo um doutorado na Argentina e viajando dentro dos países membros do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela”, informou. Depois, ele foi para a Europa e concluiu seu pós-doutorado na Universidade de Roma, onde terminou a enciclopédia, a primeira no mundo a tratar da corrupção.
O procurador federal disse não confiar nos valores, geralmente dados em trilhões de dólares, citados como prejuízos causados aos povos pela corrupção no mundo. Os números dessas fraudes são sempre enormes, mas, segundo o professor, são conflitantes conforme as diferentes fontes. Ele acredita que, na verdade, são ainda maiores do que os que são divulgados. O que tem que ser feito, conforme disse o professor, é “colocar um cabresto no leão raivoso que existe em cada um de nós, para que ele não domine o ser ético”. O princípio dessa ética, conforme preconiza o autor, está no simples respeito ao próximo.
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