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UM BONDE CHAMADO LAN-HOUSE

Em 2009, 47% dos acessos à internet no Brasil foram feitos nas LAN-houses, mais do que em domicílios ou no trabalho. Mesmo assim, muita gente ainda pensa que as LANs são um perigo: verdadeiros antros de problemas de segurança, cheios de vírus, roubos de informações pessoais e outras fraudes.

Essa visão acaba influenciando as leis de Estados e municípios. O Rio de Janeiro, por exemplo, exige que as LAN-houses fiquem a uma distância mínima de um quilômetro de qualquer escola. Com isso, para serem legais, teriam de se instalar em lugares como a floresta da Tijuca ou no meio da ponte Rio-Niterói.

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Um bonde chamado LAN-house

Um bonde chamado LAN-house

Em 2009, 47% dos acessos à internet no Brasil foram feitos nas LAN-houses, mais do que em domicílios ou no trabalho. Mesmo assim, muita gente ainda pensa que as LANs são um perigo: verdadeiros antros de problemas de segurança, cheios de vírus, roubos de informações pessoais e outras fraudes.

Essa visão acaba influenciando as leis de Estados e municípios. O Rio de Janeiro, por exemplo, exige que as LAN-houses fiquem a uma distância mínima de um quilômetro de qualquer escola. Com isso, para serem legais, teriam de se instalar em lugares como a floresta da Tijuca ou no meio da ponte Rio-Niterói.

Por isso, não é surpresa que a maioria esteja na informalidade. Como não conseguem atender aos intermináveis requisitos legais, acabam se distanciando cada vez mais do poder público. É uma pena.

De cara, vale dizer que a ideia de que as LAN-houses são o foco dos problemas de segurança da internet é incorreta. A pesquisa mais recente do Comitê Gestor da Internet mostra que 66% dos incidentes de segurança na rede acontecem nos domicílios.

As LANs, apesar de representarem um número maior de acessos, respondem por apenas 15%. Faz sentido. Para o dono da LAN o computador é ferramenta de trabalho. Ele precisa manter o antivírus atualizado, bloquear sites mal-intencionados e limpar o conteúdo da máquina periodicamente. De outra maneira perde dinheiro.

Mas há perspectivas boas também. A Câmara acaba de criar uma comissão especial de inclusão digital, com o objetivo de tratar as LANs de maneira positiva, ajudando na sua formalização. Hoje muitas delas acabam tendo de se registrar como padaria, salão de cabeleireiro, loja de informática e assim por diante. Isso para não caírem na categoria de casas de jogos (os antigos fliperamas), sujeitas a várias restrições, inclusive fiscais.

A ideia da comissão é criar uma categoria própria para a atividade das LANs, fazendo com que Estados e municípios as tratem de modo mais uniforme e simplificado. Afinal, é bom lembrar que a maioria absoluta das cidades brasileiras não tem uma boa biblioteca, cinema ou livraria. Mas praticamente todas têm LAN-house.

(Ronaldo Lemos – [email protected])