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Última sessão antes do pleito é marcada por denúncias e bate-boca

Última sessão antes do pleito é marcada por denúncias e bate-boca

Vídeo que acusa a atual administração foi apresentado aos vereadores; base aliada ficou sem voz

Gabriel Azevedo

A última sessão ordinária da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, que aconteceu na manhã desta terça-feira (16), tinha tudo para ser como as passadas, calma e serena. Porém, como nada é previsível, durante a palavra livre, o vereador Djalma Pastorello (PSDB) subiu a tribuna e apresentou Um vídeo-denúncia que compromete a atual administração. A apresentação mudou os ânimos, tanto da base do Executivo como da oposição.

No vídeo – apresentado aos 13 vereadores e para aproximadamente 50 pessoas que se encontravam na Casa – aparece o ex-superintendente do Instituto de Transportes e Trânsito de Foz do Iguaçu (Foztrans), Yoshintsu Oda, supostamente pedindo propina para empresas concessionárias do transporte urbano da cidade em nome do atual prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT), candidato a reeleição.

No momento em que o vídeo foi executado, no telão da Câmara, a maioria dos vereadores se levantou para conferir o que estava sendo passado. Logo após a exibição, os vereadores da base aliada (Nanci Rafain, do PDT, e Francisco Brasileiro, do PCdoB) dispararam telefonemas pelo celular e saíram várias vezes da sessão, pela porta lateral da Casa, para conversar. Enquanto isso, na plenária, os eleitores se manifestavam de formas variadas, mas sempre criticando o conteúdo da gravação, o que gerou muitos comentários, principalmente sobre os valores ‘cobrados’ por Oda.

Pastorello, durante os seus 15 minutos de exposição em que teve direito, indagou sobre os valores citados no vídeo. Perguntou se o dinheiro realmente foi pago e qual foi o seu destino. “Uma vez ouvi do prefeito, ‘uma imagem vale mais que mil palavras’. Agora quero saber, onde foi parar o dinheiro pago pelas empresas?”

Acusado por poucas pessoas de levar a denúncia pouco antes da eleição, Pastorello se defendeu dizendo: “Sou vereador, a função do vereador é fiscalizar o Executivo, independente se for no início, no meio ou no final do mandato. Se uma denúncia é apresentada, eu devo levá-la a público, caso ao contrário, eu renuncio o meu mandato e vou embora”.

Depois de Pastorello, estavam inscritos para a palavra livre os vereadores: Neuso Rafain (PTB) que preferiu não se manifestar, Professor Sérgio de Oliveira (PMDB) que criticou as ações do Executivo e do superintendente do Foztrans, e Valentin Gustavo da Silva (PRP) que também usou a tribuna para repudiar as supostas ações da atual administração mostradas no vídeo.

Comissão Processante

Pastorello disse que as supostas denúncias de corrupção presentes na gravação são tão graves, que pretende, na próxima sessão ordinária (a ser realizada na terça-feira, 07 de outubro) entrar com um pedido de instalação de uma comissão processante contra o prefeito.

De acordo com o vereador, caso alguém não faça o pedido, o que ele acha muito difícil, ele mesmo o fará. A instalação, segundo ele, só não foi feita ainda, porque o vereador- que pede a abertura- não pode participar do sorteio que vai definir os membros da comissão processante, caso instalada.

Conforme o vereador, o atual prefeito “deve ser cassado pela própria população no dia 05 de outubro”, porém, mesmo que não seja, disse o líder do PSDB, vai pedir ele mesmo, independente dos resultados eleitorais, a abertura da Comissão Processante.
Os próximos passos, disse o denunciante, será enviar o conteúdo do vídeo para o Ministério Público, para a Polícia Civil e para Polícia Federal. “Todos os órgãos competentes terão a gravação em mãos para investigar”.

Base tentou defender o Executivo

O vereador Francisco Brasileiro e candidato a vice-prefeito pela coligação “Verdade e Progresso” defendeu indiretamente o Executivo das acusações.

Durante a palavra livre, Chico Brasileiro ressaltou que até o momento, a Câmara não tinha sido utilizada para promover a politicagem e esperava que assim continuasse. Sem falar no vídeo em questão, a todo o momento o candidato insinuou que sabia da denúncia e que ela seria feita pelo próximo vereador ao usar a tribuna, Djalma Pastorello.

Sem citar nomes, datas, fatos, Brasileiro defendeu o Executivo em linhas gerais, sem entrar no âmbito da gravação. O candidato disse que esperava uma posição honesta e honrosa dos vereadores, que não usassem a tribuna para sujar algum candidato, livre de coligações.