A retomada econômica através do turismo também pautou nesta quarta-feira, 2, a décima reunião da Frente Parlamentar do coronavírus. “O setor que sofreu muito com os impactos da pandemia no Brasil e no mundo, e precisamos trabalhar bastante para essa retomada e ver como nós, deputados, podemos dar apoio“, disse o deputado Michele Caputo, coordenador da frente.
O guia de turismo Marcelo Silva, representantes da categoria em Foz do Iguaçu, descreveu as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores do setor. “Ninguém contava com a pandemia. Estamos unidos e buscando forças, não somente no material mas na parte psicológica, muitos colegas guias começaram a ter problemas psicológicos, como depressão, porque nos foi tirado o que a gente mais gostava de fazer que era guiar as pessoas, recepcioná-los”, afirmou.
“Estávamos todos os dias nas Cataratas do Iguaçu, era o nosso escritório. Foi tirado tudo isso da gente, então é um impacto financeiro e psicológico muito grande na vida de cada um”, relatou Marcelo Silva, que agora vende salame na feira da Praça da Paz para fazer renda, como exemplo das alternativas buscada durante a crise pelos profissionais da área.
Situação
“De fato, os turistas que estão vindo são pessoas da região, que não precisam necessariamente de um guia de turismo, porque são pessoas que já conhecem o entorno. Para nós, a retomada vai iniciar quando as fronteiras com Argentina e Paraguai abrirem. Aí sim, começaremos a falar em retomada”, concluiu.
Comparação
O presidente da Paraná Turismo, Jacob Mehl, que participou da reunião, concorda com o guia. “Perto de seis milhões de turistas estrangeiros entram no Brasil anualmente, mas o principal foco, a maioria dos turistas vem do cone sul: Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Isso representa dos seis milhões, perto de quatro milhões e meio, então imagine o que representa esse fechamento das fronteiras”, relatou.
Mehl citou a rede hoteleira como exemplo dos impactos mais agudos da pandemia. “Nessa virada de ano nenhum segmento sofreu mais do que o turismo, as agências de viagem não vendem mais, os ônibus e vans todos parados. Eu sei de hoteleiros que têm que tem folhas de pagamento na faixa de R$ 800 mil a R$ 1 milhão para um hotel parado por quatro, cinco meses, como sobreviver?”, questionou
Em comparação, de acordo com o Ministério do Turismo, 2019 tinha sido um ano de recordes no setor. “Tivemos as Cataratas batendo recorde, Itaipu, Parque das Aves. Em outubro do ano passado, o IBGE reconheceu o Paraná como o estado que mais cresceu no turismo brasileiro quando a média de crescimento era 1,8%, no Paraná cresceu 5,7%, um desempenho fantástico”, comparou Jacob Mehl com atual momento da pandemia.
De carro
O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, afirmou que após cinco meses de confinamento, a tendência é que a população queira viajar. E para incentivar o turismo regional, há um grande programa sendo elaborado. “Pretendemos utilizar recursos do Nota Paraná no turismo com R$ 10 milhões já de início, que deveriam ir para os sorteios, mas indo para os incentivos ao turismo. Vamos entregar o dinheiro na mão da população para incrementar o turismo”, adiantou.
O coordenador da frente, Michele Caputo, reafirmou que a participação de representantes do setor aprofunda os diagnósticos sobre o turismo estadual que resultam nos encaminhamentos do legislativo e demais poderes da esfera estadual. “A frente têm chamado todos os representantes, seja governo, empresariado e trabalhadores, para discutirmos a pandemia por todas as óticas, seja sanitária, econômica ou social”, disse.
Deixe um comentário