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Turismo defende reabertura das fronteiras para retomada do setor

A retomada econômica através do turismo também pautou nesta quarta-feira, 2, a décima reunião da Frente Parlamentar do coronavírus. “O setor que sofreu muito com os impactos da pandemia no Brasil e no mundo, e precisamos trabalhar bastante para essa retomada e ver como nós, deputados, podemos dar apoio“, disse o deputado Michele Caputo, coordenador da frente.


O guia de turismo Marcelo Silva, representantes da categoria em Foz do Iguaçu, descreveu as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores do setor. “Ninguém contava com a pandemia. Estamos unidos e buscando forças, não somente no material mas na parte psicológica, muitos colegas guias começaram a ter problemas psicológicos, como depressão, porque nos foi tirado o que a gente mais gostava de fazer que era guiar as pessoas, recepcioná-los”, afirmou.

“Estávamos todos os dias nas Cataratas do Iguaçu, era o nosso escritório. Foi tirado tudo isso da gente, então é um impacto financeiro e psicológico muito grande na vida de cada um”, relatou Marcelo Silva, que agora vende salame na feira da Praça da Paz para fazer renda, como exemplo das alternativas buscada durante a crise pelos profissionais da área.

Situação

O guia de turismo disse, apesar da reabertura de alguns pontos turísticos, a retomada do turismo só se dará com a reabertura das fronteiras. “Porque apesar das Cataratas estar aberta, de alguns atrativos de Foz terem aberto, eu diria que 98% de nossos guias estão parados”.

“De fato, os turistas que estão vindo são pessoas da região, que não precisam necessariamente de um guia de turismo, porque são pessoas que já conhecem o entorno. Para nós, a retomada vai iniciar quando as fronteiras com Argentina e Paraguai abrirem. Aí sim, começaremos a falar em retomada”, concluiu.

Comparação

O presidente da Paraná Turismo, Jacob Mehl, que participou da reunião, concorda com o guia. “Perto de seis milhões de turistas estrangeiros entram no Brasil anualmente, mas o principal foco, a maioria dos turistas vem do cone sul: Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Isso representa dos seis milhões, perto de quatro milhões e meio, então imagine o que representa esse fechamento das fronteiras”, relatou.

Mehl citou a rede hoteleira como exemplo dos impactos mais agudos da pandemia. “Nessa virada de ano nenhum segmento sofreu mais do que o turismo, as agências de viagem não vendem mais, os ônibus e vans todos parados. Eu sei de hoteleiros que têm que tem folhas de pagamento na faixa de R$ 800 mil a R$ 1 milhão para um hotel parado por quatro, cinco meses, como sobreviver?”, questionou

Em comparação, de acordo com o Ministério do Turismo, 2019 tinha sido um ano de recordes no setor. “Tivemos as Cataratas batendo recorde, Itaipu, Parque das Aves. Em outubro do ano passado, o IBGE reconheceu o Paraná como o estado que mais cresceu no turismo brasileiro quando a média de crescimento era 1,8%, no Paraná cresceu 5,7%, um desempenho fantástico”, comparou Jacob Mehl com atual momento da pandemia.

De carro 

O Estado aposta no turismo regional e a adoção de protocolos sanitários como parte da retomada do setor. “Precisamos fazer com que o povo da região saia de casa, se ainda não dá para pegar um ônibus ou avião, saia de de carro. Temos 14 regiões turísticas o que pode ser desenvolvido turismo regional”, afirmou Mehl.

O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, afirmou que após cinco meses de confinamento, a tendência é que a população queira viajar. E para incentivar o turismo regional, há um grande programa sendo elaborado. “Pretendemos utilizar recursos do Nota Paraná no turismo com R$ 10 milhões já de início, que deveriam ir para os sorteios, mas indo para os incentivos ao turismo. Vamos entregar o dinheiro na mão da população para incrementar o turismo”, adiantou.

O coordenador da frente, Michele Caputo, reafirmou que a participação de representantes do setor aprofunda os diagnósticos sobre o turismo estadual que resultam nos encaminhamentos do legislativo e demais poderes da esfera estadual. “A frente têm chamado todos os representantes, seja governo, empresariado e trabalhadores, para discutirmos a pandemia por todas as óticas, seja sanitária, econômica ou social”, disse.