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Tudo em ordem para volta às aulas no Paraná, afirma Flávio Arns

Gazeta do Paraná

Cerca de 1,3 milhão de alunos da rede estadual de educação voltam às salas de aula na próxima quinta-feira (14). O retorno promete ser tranquilo na avaliação do secretário estadual da Educação e vice-governador, Flávio Arns. Nesta entrevista, Arns fala sobre a organização do calendário escolar para 2013 e investimentos feitos nas escolas em reformas, equipamentos e mobiliário.

Só em equipamentos para escolas estão sendo destinados desde o final do ano passado R$ 52 milhões. A secretaria promoveu 1.800 obras de pequeno, médio e grande porte. O ensino profissionalizante, e a educação especial são temas abordados nessa entrevista com o secretário Flávio Arns.

O que os pais, alunos e professores irão encontrar neste reinício das aulas?
Flávio Arns –
Fizemos a distribuição das aulas no ano passado. Foi um grande avanço. Isso não acontecia em governos anteriores. Ao final do ano, professores e funcionários já sabiam em qual escola iriam trabalhar. Isso traz mais tranquilidade. Todo mundo participa da semana pedagógica, que sempre antecede o início das aulas. São 100 mil pessoas debatendo. Todos os professores contratados, funcionários contratados. O material, fundo rotativo para as despesas da escola. Tudo em ordem, em dia, o transporte escolar, a merenda. A gente capricha, para deixar tudo em ordem. Que os pais fiquem sempre animados. Que estejam presentes na escola, acompanhando os estudos dos filhos e filhas, participando das Associações de Pais, Mestres e Funcionários e dos Conselhos Escolares. Que incentivem os filhos a participar dos grêmios estudantis. Somos todos responsáveis pela qualidade na educação, o governo e comunidade, juntos.

Quais foram os maiores avanços da educação em dois anos e quais os desafios para 2013?

São muitos avanços. Nomeamos 17 mil profissionais, entre professores e funcionários aprovados em concurso. Isso dá segurança, plano de carreia, estabilidade, salário melhor, qualificação.O governador Beto Richa contratou para o estado um número de profissionais da educação que supera todos os profissionais de educação de Curitiba. Esse ano, vamos ter mais 13 mil contratados no final do primeiro semestre. Isso vai estabilizar por completo o quadro. Na merenda escolar, eram R$ 2 milhões da agricultura familiar, agora são R$ 32 milhões, 1.500% a mais. Podemos chegar a R$ 45 milhões neste ano. Isso é importante tanto para as escolas quanto para os agricultores.

No transporte escolar, nós tínhamos R$ 28 milhões. Era uma grande reclamação das prefeituras. Agora temos R$ 80 milhões do Governo do Estado e 20 milhões do governo federal. Nós temos 1.800 obras em todo o Paraná entre reformas, construções e ampliações. Desde pequenas reformas, médias, grandes, construções, ampliações. É um canteiro de obras no Paraná. A tudo isso tem que se somar uma boa atuação pedagógica. Temos muitos desafios pela frente, sem dúvida alguma. Mas vamos trabalhar juntos para caprichar e fazer com que a educação do Paraná sempre seja destaque, referência para o Brasil.

Como está a relação do governo do estado com os profissionais da educação?

É uma relação muito positiva. Temos tido reuniões regulares no decorrer desses dois anos, e vamos continuar tendo. Porque temos que discutir muito com a categoria, para ver o que eles pensam. Fazemos reuniões mensais. Nós damos muito valor a esse diálogo, que sempre vai existir nessa gestão, pois a caminhada é conjunta. É desafiadora. O governador Beto Richa sempre enfatiza, e eu também, o mais importante de tudo. Tem prédio, a reforma, o transporte, isso ou aquilo, mas para tudo acontecer bem, o educador tem que estar valorizado. A educação integral é uma preocupação desta gestão, inclusive com a meta de ter 500 escolas nesse sistema até 2014. Como está esse objetivo?

Nós já temos 350 mil alunos em educação integral. Nós pensamos de uma maneira diferente. A comunidade concorda com isso. Em vez de esperar que toda a escola entre num processo de período integral, uma escola que tenha 1.000 alunos, pode ter 200 deles que necessitem de imediato de atividades de educação em tempo integral. Porque, às vezes, a família trabalha e eles ficam na rua. Não tem estabilidade. Precisam de apoio. Então nós abrimos essa possibilidade para todas a crianças e adolescentes. E dependendo da avaliação que a escola faça, para que eles tenham atividades em tempo integral na área do esporte, nós já temos professores de educação física. Temos a hora-treinamento, para que toda a escola tenha uma equipe de basquete, de vôlei, de atletismo. Isso é uma ênfase. Artes, música, artesanato, fanfarra, pintura, literatura, fotografia, cinema, ciências, apoio pedagógico. Tudo isso fora da sala de aula. É educação em tempo integral. Eu ariscaria dizer que o nosso objetivo nesse plano, nessa perspectiva, é termos nesse governo, não apenas 25%, como está no plano de governo, mas mais de 50% dos nossos alunos com educação de tempo integral.

Outro grande esforço vem sendo feito no ensino profissionalizante. Como o Paraná está preparando o jovem para o mercado de trabalho?

Este é um grande desafio. Muito importante. Todo devem se lembrar que os meios de comunicação se referem a isso como o apagão da mão de obra qualificada. Porque é um desafio no Paraná e no Brasil. Esta vai ser outra ênfase neste ano e no ano que vem. Nós temos 450 mil jovens no ensino médio. Queremos que todos que desejem possam ter a oportunidade de frequentar o ensino profissionalizante. Para isso temos parcerias com entidades da sociedade.

Outra grande preocupação é com a educação especial.

Sempre foi uma preocupação a educação de pessoa com deficiência. Seja dentro da escola comum, ou numa entidade como a Apae ou coirmãs. Porque às vezes é uma escola de surdo, de cego, de autista, de outra área. Eles têm que ter os mesmos direitos da pessoa sem deficiência, caso contrário é discriminação. Um recebe e outro não. No final desse mês de fevereiro, o governador vai assinar um conjunto de medidas que já vêm acontecendo para que as escolas especiais tenham professores, artes, educação física, secretaria, zeladoria, agentes um e dois. Como acontece numa escola comum. Mas além disso, o governador vai assinar as primeiras autorizações para reformas, ampliações, construções, laboratório de informática, porque e a escola estadual também recebe, carteira, mesa, armário, fogão, mesa, cozinha, forno. Estamos distribuindo 120 ônibus escolares para o atendimento a pessoa com deficiência. Definitivamente, o Paraná é o único estado do Brasil em que a pessoa com deficiência está inserida em todas as políticas do Governo.

Como a Secretaria da Educação resolve a questão da qualidade da merenda escolar?

Este foi outro grande avanço. Novamente o Paraná é o único estado do Brasil que cumpre a lei de destinar, no mínimo, 30% dos recursos da merenda escolar para aquisição da agricultura familiar. Quando assumimos o governo, tínhamos R$ 2 milhões em produtos vindos da agricultura familiar. Este ano o Beto já autorizou 32 milhões. Ou seja, 1.500% a mais do que era dois anos atrás. Mas podemos chegar a R$ 45 milhões. Se você passar nas escolas, vai ver a satisfação dos diretores dizendo: “o agricultor traz aqui na escola o pão, o bolo, a fruta, o legume, produções locais”. Mas o mais interessante é que isso significa para o agricultor familiar uma distribuição de renda. Ele recebe pela aquisição de produtos. Além disso, o elenco de itens na merenda escolar foi ampliado. Temos carnes congeladas e não mais tantos produtos enlatados. Estamos distribuindo geladeiras, congeladores, fogões, fornos, talheres, mesas, uniformes para merendeiras, para todas as escolas. Foram R$ 52 milhões para aquisição de equipamentos. Eu sempre visito o depósito da merenda escolar. Vou muito às escolas e olho todos os cantos das escolas, para entrosar com o diretor para trabalharmos juntos.

O senhor vai continuar a visitar as escolas pelo Estado?

(As visitas) Vão continuar. Já fizemos reuniões em todos os Núcleos de Educação. Visitei cerca de 700 escolas. São 20 por semana. Vou aos municípios e falo com a comunidade, com prefeitos e vereadores. Esse ano planejo estar em mil escolas. Seja escola do campo, indígena, urbana ou quilombola. Queremos trabalhar junto com os prefeitos, para que a educação no município seja toda organizada, desde a creche até o profissionalizante.

Qual é o principal objetivo do programa de segurança nas escolas e como ele vem sendo desenvolvido?

O grande objetivo é salvar vidas numa situação de emergência. Quando assumimos o governo, das 2.200 escolas, 1.600 não tinham autorização do Corpo de Bombeiros para funcionamento, era um drama. Reunimos todos os responsáveis e fizemos um plano. Faz um ano e meio que estamos implantando esse programa, que será permanente. Na primeira etapa, todas as escolas passaram por um treinamento, não apenas os professores. Foram de 6 a 7 mil pessoas que participaram do treinamento. Em Curitiba, temos escolas que já implantaram tudo. Qualquer um pode ver o exercício de evacuação do prédio, como as crianças saem, como os professores são treinados, os brigadistas. A qualificação vai continuar a vida toda. Estamos providenciando para que todas as escolas tenham os extintores em pleno funcionamento, luzes de emergência, sinalização da rota de fuga, continuando o treinamento e a qualificação. Apresentamos tudo isso no Ministério da Educação, e o Paraná é pioneiro nisso. O MEC se interessou em expandir o programa do Paraná para o Brasil