De Débora Bergamaso, Agência Estado:
O médico Doctor Jekyll e o monstro Mister Hyde, famosos personagens do escocês Robert Louis Stevenson, baixaram na eleição e Curitiba. Mais precisamente sobre a imagem do candidato apoiado pelo Planalto, Gustavo Fruet (PDT), que caiu do posto de preferido dos eleitores, no começo do ano, para o terceiro lugar, com 16% das intenções de voto, atrás do prefeito Luciano Ducci (28%) e do líder Ratinho Júnior (35%), segundo dados do Ibope divulgados nesta quarta-feira (3).
A avaliação dos adversários e de especialistas ouvidos pelo Estado é a de que sua queda se deve à “incoerência de discursos” e à “múltipla personalidade” do candidato, como ocorre na festejada trama de Stevenson.
Explica-se: Fruet foi caçador de mensaleiros durante sua atuação como deputado federal ainda pelo PSDB, durante a CPI dos Correios. Chegou a criticar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando, sobre o mensalão, que “se o Lula sabia, é grave. Se não sabia, é igualmente grave”. Há dois anos, Fruet perdeu apoio do atual governador tucano do Paraná, Beto Richa. Saiu do partido, migrou para o PDT e coligou-se com PT, tendo como sua vice a advogada petista Mirian Gonçalves. No horário eleitoral, chegou a mostrar eleitores dizendo “o Gustavo Fruet está com Lula, então estou com ele”.
O candidato Fruet reconhece que isso pode ter causado confusão na cabeça do eleitor, mas se diz vítima de uma “campanha sórdida iniciada há um ano” pelo concorrente Ducci – que “usa a máquina da prefeitura e do Estado” – , e pela Rede Massa, emissora de rádio e TV da família de Ratinho Júnior. “Houve uma desconstrução durante um ano e eu só tive como reagir contra isso agora na campanha.”
O tal “abandono” já era previsto por Fruet. “Eu nunca esperei que desembarcasse aqui a presidente Dilma.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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