Maurício Rivabem, atual prefeito e candidato à reeleição em Campo Largo, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) por uso indevido e imoral da imagem de Marcelo Puppi, ex-prefeito da cidade, em suas redes sociais.
A decisão, unânime, sublinha que Rivabem impulsionou a publicação como parte de uma estratégia de manipulação emocional do eleitorado, sem qualquer autorização da família Puppi.
A polêmica: o uso da imagem de Marcelo Puppi
A postagem, que provocou indignação, mostrava a viúva de Puppi envolta em uma bandeira com a imagem do ex-prefeito, falecido em 2020. Segundo o TRE-PR, o conteúdo ultrapassava os limites de uma homenagem, configurando-se como propaganda eleitoral antecipada. A desembargadora Cláudia Cristina Cristofani, relatora do caso, foi contundente ao afirmar que a publicação visava “criar um estado emocional nos eleitores”, usando de forma distorcida o legado de Puppi.
“A utilização da imagem de uma figura pública falecida, sem consentimento familiar e com intenção clara de manipular o eleitorado, é grave”, destacou Cristofani. O tribunal considerou que o impulsionamento da publicação nas redes sociais ampliou ainda mais o alcance da mensagem, intensificando a gravidade da ação.
Imoralidade e tentativa de apropriação política
O julgamento não deixou dúvidas quanto ao caráter imoral da conduta de Rivabem. Para o tribunal, o candidato buscou apropriar-se da imagem de Marcelo Puppi para ganhar capital eleitoral. “O uso da imagem do ex-prefeito, já falecido, sem autorização e em um contexto desrespeitoso, foi uma tentativa evidente de explorar seu legado para fins eleitorais”, registra a decisão.
O TRE-PR considerou que Rivabem, ao antecipar a propaganda eleitoral e desrespeitar a memória de Puppi, enganou os eleitores ao sugerir falsamente um apoio póstumo. A corte foi firme ao afirmar que tal conduta não apenas violou a legislação eleitoral, mas também os princípios éticos que devem nortear uma campanha.
Multa e consequências
Como resultado, Rivabem foi condenado a remover imediatamente a publicação de suas redes sociais, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. Além disso, foi penalizado em R$ 5 mil pela infração. O tribunal destacou que a tentativa de manipulação emocional, especialmente com o uso da imagem de uma figura pública falecida, é uma violação séria da integridade do processo eleitoral.
A família Puppi, por meio de Christiano Puppi, filho do ex-prefeito e candidato à prefeitura, lamentou o ocorrido. Para eles, o uso indevido da imagem de Marcelo Puppi foi uma afronta à memória do ex-prefeito e um desrespeito à campanha eleitoral.
Justiça e ética na política
A condenação de Rivabem envia um recado claro: a justiça eleitoral não tolera campanhas que tentam explorar a emoção alheia ou manipular eleitores por meio de práticas desonestas. Em tempos de desinformação e fake news, a ética precisa prevalecer nas campanhas, e o eleitor merece ser respeitado.
Este episódio reforça a importância de campanhas limpas, pautadas pela verdade e pelo respeito à memória de figuras públicas, sem distorções ou artifícios que comprometem a legitimidade do processo democrático.
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