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Treta! Treta! Treta! Vereadores trocam cotoveladas sobre passe livre aos estudantes de Foz do Iguaçu

Vereadores, estudantes e secretários municipais tretaram neste final de semana sobre a proposta do passe livre para 38 mil estudantes e relação com a fonte de recurso para custear a isenção, a majoração para R$ 3,00 do estacionamento rotativo nas vias centrais de Foz do Iguaçu.

O DCE da Unila convocou os estudantes para ocupar a Câmara Municipal nesta segunda-feira,19, a partir das 9h; o secretário municipal de Administração Nilton Bobato, afirmou o presidente do legislativo, João Morales (União Brasil) de tentar obstruir a votação e em nota da própria Câmara, Morales disse que é a favor da tarifa zero para toda população em função da “fortuna com que o Município subsidia o serviço”.

A discussão saiu da função social da tarifa zero aos estudantes para o campo político. Os vereadores de oposição articulam para derrubar o aumento do Estarfi – via decreto legislativo -, o que pode inviabilizar o projeto sobre o passe livre. Resumindo, se o decreto venha ser votado antes derruba a proposta e vice-versa. Está feito a treta.

Os vereadores de oposição – Morales, Márcio Rosa (PSD), Galhardo  (Republicanos) e Cabo Cassol (Podemos) entraram com um projeto para suspender o aumento do Estarfi – não gostaram das declarações de Bobato e nem da convocação dos estudantes. No segundo caso, sentiram-se pressionados e até intimidados.

Interesses politiqueiros
Bobato questionou Morales por pedir explicações à prefeitura sobre a proposta do passe livre, uma prerrogativa regimental, segundo ele, que cabe ao relator do projeto e não ao presidente do legislativo. “O  presidente da Casa, dá um chute no regimento interno, não coloca o projeto para tramitar e ao ao invés disso, envia um ofício para o Executivo pedindo explicações sobre o projeto (função que deveria ser inicialmente do relator ou da Comissão que analisará o projeto)”, disse Bobato.

“O motivo é simples: atrasar o máximo possível uma votação que tem tudo para ser histórica, tentando ganhar força para impedir a aprovação do passe livre para os estudantes. Isso não nos fará perder o foco. Mesmo entendendo que não está adequado, vamos responder às sete questões e anexar toda a documentação para embasar um projeto de lei, já nesta segunda-feira. A proposta de ter tarifa zero para os estudantes de Foz do Iguaçu, sem onerar o custo da passagem, não será barrada por interesses politiqueiros”, completa Bobato.

A bola de Morales
A discussão da tarifa chegou aos arraiais do PT e da centro-esquerda. A presidente do partido, Maristela Viana, desmentiu que tenha se colocado contrária ao aumento da Estarfi. “Eu sou responsável pelo que falo, não pelo que as pessoas entendem ou espalham. Mas já pode falar para o jornalista, que sou a favor do passe livre. Porque, sou mesmo”, disse em mensagem a um companheiro petista.

A vereadora Yasmim Hachen (MDB) disse ao diretor do legislativo, Luiz Henrique Dias (PT) – que postou vídeo nas redes  sociais – que não se pode debitar a toda Câmara ou aos 15 vereadores, o fato de não se colocar o projeto do passe livre em tramitação e sim, exclusivamente, ao presidente João Morales, que cabe ou não fazê-lo.
“Inclusive, aproveito para reforçar que tenho conversado com os estudantes e ajudado a mobilizar a galera para que esse projeto ande logo e estou aguardando, assim como eles, ansiosamente, para votar esta conquista histórica”, afirma.

Em nota à imprensa, João Morales voltou a rebater a tentativa de vinculação do aumento nos valores do Estarfi com o passe livre. “O povo já está pagando o passe livre. Querem cobrar duas vezes? Não tem nada a ver uma coisa com a outra até porque o aumento foi feito pelo prefeito, via decreto, sem passar pela Câmara”, disse.

Segundo a reportagem apurou a Acifi e a OAB também são contra o aumento do Estarfi. Resumo da ópera: o jogo político de 2024 se antecipou e a oposição não quer, na verdade, o aumento do capital político do prefeito Chico Brasileiro (PSD) junto à população.