TRÊS PECADOS MORTAIS NO PLANEJAMENTO DA LINHA VERDE
Vendida como a principal obra da gestão Beto Richa, a Linha Verde apresenta problemas que podem comprometer irremediavelmente o futuro da nossa Curitiba. Conheça a seguir os três pecados mortais do planejamento da famigerada Linha verde, uma obra que não tem data para terminar, nem a previsão de quanto dinheiro público será necessário investir.
PLANEJAMENTO ERRADO – A Linha Verde não prevê a construção de nenhuma trincheira ou viaduto, sendo que são vários os pontos de grande fluxo de veículos, pois moram do lado periférico dessa via, mais de meio milhão de curitibanos. Além do mais, a oferta de uma estrada com tráfego rápido, em 80% do trecho ele tem 12 pistas, trouxe de volta o tráfego pesado da antiga BR 116, que fora desviado para o contorno leste.
PLANEJAMENTO INCOMPETENTE – O orçamento para a construção da Linha Verde previu inicialmente o custo de R$ 350 Milhões. Essa quantia toda já foi gasta e os técnicos responsáveis pela obra anunciam que precisam de mais R$ 150 Milhões para a sua conclusão. Sem falar que o endividamento do município com essa obra vai impedir a Administração Municipal de destinar recursos para a implementação de políticas sociais.
PLANEJAMENTO COM FALTA DE ZELO AO DINHEIRO PÚBLICO – Tomando por base o metro cúbico do pavimento de concreto utilizado na construção da Linha Verde ao custo de R$ 351,00, quando em obra similar, na obra de acesso ao Porto de Paranaguá, o Governo do Estado pagou esse mesmo metro cúbico pelo preço de R$ 186,70, houve no mínimo falta de zelo com o dinheiro público. Ou seja, a Prefeitura Municipal pagou pelo pavimento de concreto utilizado na Linha Verde mais que o dobro do preço pago pelo Governo do Estado em obra similar.
SECRETÁRIO DO PREFEITO ADMITE NECESSIDADE DE MAIS RECURSOS
“Até agora, foram gastos R$ 350 milhões na obra. Faltam ainda entre R$ 120 milhões e R$ 150 milhões para terminá-la por volta de 2011”. Essa declaração é de Augusto Canto Neto, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), ao jornal Valor Econômico do dia 30 de junho. É o custo das obras da Linha Verde – principal obra do prefeito Beto Richa (PSDB), do qual Canto Neto é um dos seus principais assessores.
Acontece que Beto Richa não tem mais dinheiro para concluir a obra. A Gazeta do Povo já levantou a lebre em fevereiro: o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) parece der dado um chega pra lá no prefeito que ficou sem dinheiro para concluir a Linha Verde – seu único projeto em pleno ano eleitoral. A prefeitura já emprestou R$ 350 milhões junto ao banco e quer mais.
PREFEITO FOGE DA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE A LINHA VERDE
O prefeito Beto Richa (PSDB), assessores e deputados que o apóiam fugiram do debate na audiência pública sobre o projeto da Linha Verde. A audiência realizada na Assembléia Legislativa. O superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes, David José Gouvêa, a proposta da Linha Verde é de uma avenida perimetral. “O interesse é da cidade em discutir o aproveitamento desta via. Engenharia é para ser discutida. Nossa preocupação é termos, em pouco tempo, um congestionamento de 22 quilômetros dentro de Curitiba”.
O coordenador técnico do DER, Oscar Gayer, disse que existem pontos, como no entroncamento com a Avenida Salgado Filho, que poderiam ser mais bem estudados. “Este projeto tem uma maior visão urbana e menos de tráfego de média e longa distância. Havendo a necessidade de executar obras, é possível a participação do DER e do Governo do Estado”.
O promotor do Meio Ambiente, Saint-Clair Santos, destacou a discussão judicial sobre o licenciamento da obra. “Existe a argüição sobre a nulidade do licenciamento ambiental que será apreciado pelo Judiciário. O debate sobre o impacto não é somente local. É regional, já que seus desdobramentos atingem a Região Metropolitana”, explicou.
O QUE DÁ PARA FAZER COM R$ 350 MILHÕES
24.000 casas
1.750 creches
350 escolas
1.750 postos de saúde
1.750 bibliotecas
1.300 ginásios de esportes
2.500 barracões industriais
1.346 quilômetros de asfalto
14.983 carros populares
5.409 ambulâncias
3.977 caminhões
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