O deputado Ademar Traiano (PSDB) disse nesta sexta-feira, 21, que a senadora Gleisi Hoffmann (PT) usa a tática típica do PT, que é imputar aos outros as coisas que pratica. “Ela acusa cinicamente a autorização da Assembleia para o aumento do capital social da Sanepar de ser um processo de privatização”, afirmou o deputado ao rebater o discurso da senadora na tribuna do Senado.
“É muito estranho a senadora petista fazer uma confusão dessas, pois de privatização Gleisi Hoffmann entende. Como ministra, esteve por trás de processos de privatização de portos, aeroportos e campos de petróleo brasileiros”, disse Traiano.
Ao contrário do que diz Gleisi Hoffmann, o aumento de capital da Sanepar tem por objetivo capitalizar a empresa, permitindo que ela continue a ser paranaense e a investir na ampliação do sistema de abastecimento de água e na rede coletora de esgoto no Paraná. “Vamos fortalecer a Sanepar para que ela continue sendo a empresa pública que orgulha os paranaenses”, prosseguiu.
Para Traiano, Gleisi Hoffmann deveria encabeçar todo e qualquer movimento político para trazer mais recursos federais para o Paraná, mas ao contrário, sempre trabalhou para impedir que verbas da União chegassem até o Estado, como fez com o Proinveste e tantos outros financiamentos. “Recursos do governo federal, como todos sabem, não chegam ao Paraná por influência política. Por trás desse tratamento injusto identificamos as digitais de Gleisi Hoffmann, primeiro como ministra, agora como senadora”, enfatizou.
No governo Beto Richa a Sanepar já investiu mais de R$ 2 bilhões em obras. Só em 2013, o investimento do governo do estado foi de R$ 800 milhões, um recorde histórico. Desse total, apenas R$ 34 milhões são do governo federal. Traiano lembrou que a mesma relação absolutamente injusta se encontra na relação do Paraná com a União. “Somos o 5º estado que mais contribui com tributos e ocupamos o 23º lugar em repasses federais”, prosseguiu.
A senadora, no seu discurso, acusa o Paraná de usar “empresa de água e saneamento como instrumento para resolver os problemas financeiros do Estado”. A fala, segundo o deputado, retrata bem a incoerência entre o discurso e a prática petista. “Quem distorce a função das empresas públicas é o PT. Nem parece que quem diz isso é uma ex-ministra de um governo que está destruindo nossas principais estatais, usando-as como instrumento para represar a inflação e aumentar a popularidade da presidente”, disse Traiano.
Quando Dilma Rousseff assumiu a Presidência, uma ação da Petrobras valia R$ 29. Hoje vale R$ 12,60. Somando-se a perda de valor de mercado da Petrobras à da Eletrobras, o prejuízo é de US$ 100 bilhões. “A senadora diz que pode vir por aí um aumento nas contas de água, o que sugere que compartilha com seus colegas de legenda a condição de vidente”, ironizou o líder do governo. “Infelizmente essa capacidade petista de antever o futuro não se manifestou na desastrosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A presidente Dilma, então ministra da Casa Civil, e presidente do Conselho de Administração da Petrobras, autorizou um negócio que deu um prejuízo de pelo menos US$ 1 bilhão”, argumentou Traiano.