Em entrevista a rádio CBN de Curitiba, o deputado Romanelli (PSB) reafirmou nesta terça-feira, 25, que a conta da reforma da Previdência, em discussão no Congresso Nacional em Brasília, será paga pelos trabalhadores. “A reforma vai atingir, sobretudo, a população trabalhadora que está dentro do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o trabalhador do setor privado, celetista, é quem vai pagar a conta da reforma”, disse.
Nas contas do Romanelli, do R$ 1,07 trilhão que o governo federal pretende economizar em 10 anos com a aprovação da reforma, R$ 715 bilhões serão provenientes exclusivamente dos trabalhadores do setor privado. “Eles terão as aposentadorias reduzidas e postergadas. Dentro de 20 anos, a economia de R$ 715 bilhões, vai atingir R$ 3,4 trilhões, o que significa que o trabalhador brasileiro não vai mais conseguir se aposentar e vai ter que contribuir pelo menos 40 anos para se aposentar” disse
O deputado cita como exemplo um trabalhador de 65 anos – 20 anos de contribuição e média salarial de R$ 2.240 – hoje se aposentaria com R$ 2.016, mas com a reforma, vai se aposentar com R$ 1.139, ou seja, uma redução de R$ 877. “O eixo principal da reforma debatida e votada no Congresso Nacional é justamente o RGPS e ainda o abono salarial, o chamado BPC. E, portanto, 87% da economia que vai ser gerada, vai sair dos trabalhadores mais pobres”, disse.
Na prática, segundo Romanelli, a conta da previdência vai ser paga mesmo pelo trabalhador, dona de casa e categorias como as domésticas, pedreiros, carpinteiros, açougueiros, entre outros. “As pessoas que trabalham no dia a dia é que vão pagar a conta da reforma da Previdência. Se fala muito de combater os privilégios, mas na verdade a conta é paga mesmo pelo trabalhador geral, aquele que atua no setor urbano”, disse.
A reforma, diz ainda o deputado, vai inviabilizar ainda a aposentadoria do trabalhador rural. “Imagina uma pessoa que trabalha até os 65 anos para se aposentar, como trabalhador rural, ele literalmente vai perder esse direito ou ganhar um salário mínimo”.
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