O sistema público de saúde é um dos principais focos de reclamação dos paranaenses, de acordo com recentes pesquisas no setor. Para desafogar o setor, o candidato do PTC ao Governo do Estado, o advogado Tulio Bandeira, elaborou o Telemedicina, programa que interliga a oferta de serviços na área de saúde, principalmente nos casos em que a distância é um fator crítico.
Vários países vêm tendo expressivo crescimento sustentado no uso da telemedicina. “Entre eles podemos citar os EUA, Canadá, Austrália, Groenlândia, Dinamarca, Portugal, Cabo Verde, e mais recentemente o Brasil”, afirmou Tulio Bandeira.
A intenção, segundo ele, é encurtar a distância entre especialistas com usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). “Um especialista poderá emitir um parecer para um técnico em saúde que atua numa pequena cidade do interior, a partir da análise de um Raio X, por exemplo, enviado pelo Telemedicina”, disse.
Para melhorar esclarecer sobre o programa, o candidato do PTC lista algumas das características básicas da Telemedicina:
– Distância física entre comunidades: as que necessitam e a que provê o serviço médico.
– Uso da tecnologia para realizar a assistência, em substituição ou complementação à presença física.
– Disponibilidade de equipe médica e de profissionais de saúde para prestar o serviço.
– Disponibilidade de profissionais das áreas de tecnologia responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção da infraestrutura de TM.
– Sistematização do processo de tele-assistência com desenvolvimento de protocolos de dados clínicos.
– Estruturação de segurança, qualidade e sigilo dos dados e serviços oferecidos através da TM.
Sob o ponto de vista de atuação, podemos agrupar a TM em três grandes conjuntos:
Tele-educação – desenvolvimento de programas educacionais baseados em tecnologia para atualização profissional, treinamento de profissionais não-médicos, informação e motivação da população geral para prevenção de doenças (apoio a campanhas de saúde e ao Programa de Saúde da Família), bem como para atividades de graduação e pós-graduação em medicina e ciências da saúde.
Tele-assistência / Vigilância Epidemiológica – desenvolvimento de atividades para disponibilizar segunda opinião à distância para, por exemplo, as unidades de atendimento básico, primário ou secundário, a realização de triagens de pacientes a distância, o apoio ao diagnóstico e tomada de decisão. Sistemas podem ser desenvolvidos para permitir a associação das atividades assistenciais com base de dados para gestão de informação e acompanhamento epidemiológico.
Pesquisa Multicêntrica / Comunidades Virtuais – integração de diversos centros de pesquisa, permitindo a otimização de tempo e custos por meio do compartilhamento de dados e padronização de formas de estudo.
A telemedicina, mais do que um recurso tecnológico para proporcionar atividades a distância, a telemedicina adquire efetividade quando ela está associada a um plano estratégico de saúde e vinculado a um processo de logística de distribuição de serviços de saúde.
Atualmente existem diversos recursos que permitem viabilizar a telemedicina de baixo custo, e no Brasil, já existem redes de telecomunicação que poderiam ser interconectadas entre si para facilitar as ações. São exemplos a RNP, RUTE, SIVAM/SIPAM, Redes Governamentais Estaduais, Rede Giga, entre outras. As linhas digitais, linhas DSL, TV a cabo e outras infra-estruturas de telecomunicação podem formar uma capilaridade de comunicação para efetiva implantação da telemedicina.
Por outro lado, a atual difusão e popularização das videoconferências com equipamentos dedicadas, permitirão que os importantes Centros Hospitalares do Brasil possam conectar-se entre si por uma telemedicina de alta performance e online. Cada centro poderá cobrir as unidades básicas de saúde da sua região por meio da telemedicina de médio e baixo custo, aumentando seu raio de ação, e organizando o processo de atendimento médico segundo a complexidade.
Esta é a proposta do Projeto Estação Digital Médica – Estratégia de Implantação e Ampliação de Telemedicina no Brasil, desenvolvida por um grupo formado por 9 instituições (Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina da UFMG, Faculdade de Saúde Pública da USP, Instituto de Biofísica da UFRJ, Faculdade de Odontologia da USP (FOB), Hospital de Clínicas de Porto Alegre, IEP do Hospital Sírio Libanês, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Instituto Tecnológico Aeronáutico, sob a coordenação da primeira).
A nossa proposta
Em um primeiro momento, o Telemedicina Paraná estaria focado em três pontos:
1 – SAP: O atendimento telefônico da população pelo SAP (Serviço de Atendimento ao Paciente), por profissionais não-médicos, promovendo informação e motivação da população geral para prevenção de doenças (apoio a campanhas de saúde e ao Programa de Saúde da Família), esclarecimento de dúvidas sobre medicamnetos, sobre intoxicações, para busca de auxílio no combate ao tabagismo, etc. Essa modalidade, inclusive, já é utilizada pelo Ministério da Saúde no Brasil. Mas nunca como forma de consulta.
2 – Laudos e Segunda Opinião: Médicos presenciais contarão com o apoio de especialistas que avaliam os exames e dão o laudo com maior agilidade. O laudo ficará disponível online e em caso de qualquer dúvida o médico de plantão pode ainda discutir o caso com os especialistas e até mesmo centros de referência no assunto, para obter uma segunda opinião e decidir melhor conduta.
Este sistema supre a carência de especialistas, principalmente em cidades do interior. Além da vantagem de quando feito de forma integrada evita a revelação ou a impressão de filmes em caso de exames como Raios – X Tomografia, Mamografia e Ressonância magnética, com isso diminui o custo e a geração de resíduos, películas de filmes e produtos químicos que são utilizados na revelação no meio ambiente.
3 – Prontuário Online: O sistema possibilitará que as imagens e laudos fiquem no prontuário do paciente para consulta futuras em eventuais retornos. E em caso de mudança de domicílio o paciente terá acesso a todos estes exames e laudos online.
Em um segundo momento, o serviço também serviria para promoção de prevenção e tratamento de doenças e até a construção de bancos de dados de referência epidemiológica e de grupos de risco.
À CELEPAR, caberá única e exclusivamente o apoio de TI (implantação, operacionalização, manutenção, transmissão e armazenamento de dados).
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