Embora os professores ainda não tenham aderido ao movimento, funcionamento das universidades ficará prejudicado
Servidores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) entram em greve a partir de sexta-feira (29). A paralisação deve afetar os serviços administrativos e de apoio estudantil, comprometendo o funcionamento dos restaurantes universitários, do transporte intercampi para aulas de campo, da biblioteca, de laboratórios e secretarias, responsáveis pela emissão de documentos como diplomas e declaração de matrícula.
A pauta de reivindicações da categoria divide-se em dois eixos. O eixo geral engloba demandas comuns a todos os servidores públicos – reajuste linear de 27,3% referentes às perdas inflacionárias desde 2011 e implementação da data-base da categoria. De acordo com o Sinditest, se o reajuste não for previsto pela lei orçamentária encaminhada ao Congresso até 31 de agosto, no ano que vem os trabalhadores não terão nenhum tipo de recomposição salarial.
“Em 2011 e 2012 não tivemos reajuste e em 2013 e 2015 foi de 5%, insuficiente para fazer frente à inflação acumulada. E sem data-base não temos garantia alguma de reposição e negociação”, explica Bernardo Pilotto, membro do Comando de Mobilização, grupo que está ligado ao Sinditest.
O segundo eixo trata de reivindicações específicas dos Técnicos Administrativos em Educação que pretendem solucionar o que a categoria entende por distorções do Plano de Carreira. “Queremos a unificação de cargos. Hoje o Plano de Carreira tem cargos que preveem a mesma função, mas não o mesmo salário. Ocorre que a mesma mão-de-obra qualificada é contratada por remunerações distintas”, exemplifica.
Apesar da pauta específica de reivindicações, o Sinditest avalia que a paralisação está inserida no contexto nacional de mobilização das instituições federais de ensino superior, que enfrentam problemas com o corte de orçamento e redução de investimentos. Na última semana, o governo federal anunciou o corte de R$ 600 milhões por mês no orçamento do Ministério da Educação (MEC). A pasta foi a mais afetada pelo contingenciamento.
Além da reversão dos cortes no orçamento, outros itens a serem negociados com o governo são: defesa do caráter público da universidade, melhora nas condições de trabalho, garantia da autonomia universitária, reestruturação da carreira, valorização salarial de ativos e aposentados, pauta emergencial, reversão dos cortes no orçamento da Educação e ampliação de investimento nas universidades federais.
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