O ministro Teori Zavascki (STF) autorizou nessa quarta-feira (10) o encaminhamento de cópia integral do depoimento, com acordo de delação premiada, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para a CPI da Petrobras. O prazo máximo para o cumprimento da decisão é de 48 horas. Costa está preso em Curitiba desde março na operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro público, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Desde o último dia 29, o ex-diretor fez um acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para dar depoimentos no sistema de delação premiada. Ele colabora com a investigação e em troca pode ter a redução de pena. As informações são da Gazeta do Povo.
No último dia 5, reportagens de jornais e revistas começaram a informar sobre partes dos depoimentos de Costa e que envolveria o pagamento de propina para políticos decorrentes de contratos de empresas prestadoras de serviço com a Petrobras. O ex-diretor listou a relação de mais de 30 políticos envolvidos com esquema de corrupção. Pelo menos 25 deputados federais, seis senadores, três governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos PT, PMDB e PP teriam tirado proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da Petrobras.
Entre os envolvidos estão o ministro Edison Lobão ( Minas e Energia), o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os senadores estão Ciro Nogueira (PP-PI), Romero Jucá (PMDB-RR) e os deputados Cândido Vaccarezza (SP), João Pizzolatti (PP-SC), Mário Negromonte (PP). Entre os governadores, Paulo Roberto Costa cita o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP).
De acordo com nota do STF divulgada nessa quarta, o ministro Teori Zavascki autorizou que seja repassado à CPMI os “autos da Reclamação 17623 e da Petição 5170”, processos que “tratam das investigações contra parlamentares federais decorrentes da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que revelou possível ligação do deputado federal André Vargas (sem partido-PR) com o doleiro Alberto Youssef”. Ainda segundo a nota, “o ministro alertou, contudo, que a comissão deverá tomar providências para evitar o vazamento do teor dos documentos.”
A decisão atende a um pedido do presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo. Ele havia solicitado “acesso a todos os documentos decorrentes dos desdobramentos da operação Lava Jato, incluídos todos os inquéritos e os arquivos magnéticos e de áudio decorrentes das quebras de sigilo bancário, telefônico e de interceptações telefônicas, em posse da PF”, de acordo com a divulgação do STF.
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