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Stedile defende novo sistema de integração da América Latina

João Pedro Stedile, dirigente do MST e da Via Campesina Brasil, defende um novo modelo de integração dos países da América Latina. O projeto deve sustentar-se em outro nível político, cultural e ideológico para compor uma autêntica unidade corporativa na região. Veja matéria na íntegra em Reportagens.

Stedile defende novo sistema de integração da América Latina

Stedile defende novo sistema de integração da América Latina

João Pedro Stedile, dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e da Via Campesina Brasil, defende um novo modelo de integração dos países da América Latina. O projeto deve sustentar-se em outro nível político, cultural e ideológico para compor uma autêntica unidade corporativa na região.

Defensor da reforma agrária no país, Stedile participou na tarde desta quinta-feira, dia 5, em Curitiba, da solenidade de abertura na Chamada Geral pela Integração Latino-Americana, que marca o pré-lançamento do Fórum do Mercosul.

O evento contou com a presença de diversas autoridades políticas como o governador do Paraná, Roberto Requião, o deputado federal Dr. Rosinha, vice-presidente do pró-tempore do Mercosul, entre outros dirigentes sociais do continente.

Stedile propôs a criação de um sistema baseado em interesses dos povos latino-americanos e não apenas em negócios de transnacionais de alguns países que formam o bloco econômico.

“O Mercosul favoreceu apenas as multinacionais do Brasil e da Argentina, que se aproveitaram do livre comércio internacional para favorecimento próprio. Enquanto isso, pobres países como Paraguai e Uruguai sofriam do lado de fora do acordo”, disse em discurso inflamado.

Alba – Uma das saídas apontadas pelo estudioso para suplantar o Mercado Comum do Sul seria o apoio a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas). Para o dirigente, o organismo pode ser um instrumento eficaz na região do Conesul para integrar a América Latina dentro da mesma linha ideológica.

O dirigente considera que é preciso gerar projetos que produzam riquezas e trabalho aos povos da região. Segundo ele, o plano deve garantir “soberania na área de educação, e é isso que deve promover a libertação dos povos, pois só o conhecimento liberta”.

João Pedro acredita que esse deve ser o verdadeiro debate estimulado durante o evento com o foco em um diálogo social voltado para a construção de um novo projeto de soberania. Para isso, o programa democrático precisa seguir preceitos neoliberais e de essência antiimperialista.

“Devemos aproveitar eventos como esse (Fórum Social) para aprofundar o debate. Porque não é um simples passe de mágica. O projeto representa o acúmulo orgânico dos movimentos sociais, da cúpula de baixo”, frisa.