Editorial, Folha de Londrina
A cada dia mais uma notícia estarrecedora é divulgada. Lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, evasão de divisas, aparelhamento de estatais em favor de um partido político, tráfico de influência, entre tantos outros crimes, que têm chocado a opinião pública, mesmo em um país acostumado com a corrupção. O atual cenário parece desolador.
Impressionante também observar – e analisar – declarações de políticos envolvidos em esquemas ilícitos. Mesmo com a divulgação de mensagens trocadas via telefone celular entre o deputado federal André Vargas (PT-PR) e o doleiro Alberto Youssef, que comprovariam a ligação entre os dois, o parlamentar vem a público para reclamar do “massacre” promovido pela imprensa. Justificativa para o caso não há, somente respostas evasivas. Ao invés de reclamar, não seria então melhor explicar e comprovar a inocência?
Se todos são inocentes até que se prove o contrário, como afirma a lei, por que renunciar a um mandato conquistado democraticamente? Este é um ano eleitoral e a exposição negativa de um “membro importante” do partido na mídia – sem dúvida – acarretará em prejuízos nas urnas. Melhor salvar o partido – ou sacrificar apenas um – em nome de um projeto maior. No entanto, talvez a melhor análise que os brasileiros devem fazer é sobre o seu papel na vida pública do País.
Se este não fosse um ano eleitoral, o deputado renunciaria ao mandato? Estariam a maioria dos políticos envolvidos em esquemas ilícitos e fraudes com o fim unicamente de desviar recursos públicos para suas contas bancárias? O brasileiro já não se cansou de tanta corrupção ou prefere continuar a receber parcas esmolas “batizadas” de bolsa-família, vale-gás, entre tantas outras denominações?
É hora de dar um basta nisso. A corrupção tem que ser estancada urgentemente. Não dá mais para todos continuarem assistindo, atônitos, o desenrolar de fatos como esse, como se apenas fosse “mais um capítulo de novela” – de mau gosto, óbvio. Embora seja um tema recorrente, está na hora de os brasileiros passarem a valorizar mais o seu voto e escolher candidatos comprometidos com o desenvolvimento do País.
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