Informações levantadas pelos investigadores que atuam na Operação Lava Jato indicam que a extensão dos crimes praticados pelo ex-deputado André Vargas (ex-PT) pode ser maior do que o que já foi divulgado. Em trecho de petição encaminhada à Justiça Federal do Paraná, reforçando a necessidade de sua prisão preventiva, os procuradores do MPF apontam que ainda existem diversas investigações em andamento. As informações são da Folha de Londrina.
“Frise-se que, pelo que se extrai da investigação, o investigado (André Vargas) atuava na prática habitual de crimes contra a administração pública, sendo certo que até o presente momento uma pequena parte de seus delitos foi desvelada. Nessa linha, também está presente o requisito de prisão preventiva para a conveniência da instrução, pois há risco à preservação de provas, considerando que existem diversas investigações em andamento e a exata extensão da participação do investigado nos atos de corrupção e lavagem de dinheiro ainda não está devidamente esclarecida”, diz o texto.
A gravidade dos delitos que vinham sendo praticados pelo ex-deputado também foi destacada pelo juiz Sérgio Moro que, em seu despacho deferindo o pedido de prisão, assinala que “a quantidade de crimes nos quais André Vargas se envolveu em relativamente curto espaço de tempo, pelo menos quatro esquemas diversos de corrupção e lavagem, é indicativa de habitualidade e profissionalismo na prática de delitos, especificamente corrupção e lavagem”.
“Em um contexto de criminalidade desenvolvida de forma habitual, profissional e sofisticada, não há como não reconhecer a presença de risco à ordem pública, a justificar a prisão preventiva para interromper o ciclo delitivo. Com a cassação do mandato parlamentar, é certo que André Vargas não ostenta mais o mesmo poder de outrora. Seria, porém, ingenuidade acreditar que não dispõe de qualquer poder político”, completa Moro.
Depoimentos
Tanto Vargas, quanto os outros dois ex-parlamentares presos na 11ª fase da Lava Jato, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa, ainda não prestaram depoimentos aos delegados da PF na Superintendência em Curitiba. Os primeiros detidos a serem ouvidos foram aqueles que cumprem prisões temporárias: Leon Vargas, irmão do ex-deputado, Ricardo Hoffmann, publicitário e diretor da agência Borgui/Lowe, Eliá Santos da Hora, secretária de Argôlo, e Ivan Mernon da Silva Torres, “laranja” de Corrêa e seu assessor parlamentar entre 2003 e 2006.
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