Da noite da última quarta-feira para cá, políticos de todos os partidos, em Brasília ou fora de lá só têm feito uma única coisa: examinar o que pode uni-los para superar a crise que agora atende pelo nome de Michel Temer.
Os principais pontos para um grande acordo parecem a essa altura definitivamente assentados:
* Se a crise culminar com a saída de Temer, seu substituto será escolhido pelo Congresso como manda a Constituição. Diretas, já, só em 2018;
* O futuro governo se comprometerá com as propostas de reformas defendidas pelo atual que ainda respira por meio de aparelhos;
* A crise Temer não poderá se arrastar por muito mais tempo, onerando o país. O ideal seria que tivesse seu desfecho até o final da primeira semana de junho próximo;
* O Congresso não abre mão de eleger um novo presidente entre seus membros. O vice-presidente poderá vir de fora;
* Se a Justiça Eleitoral, em julgamento marcado para começar no dia 6 de junho, impugnasse a chapa Dilma-Temer, faria um grande favor a Temer e aliviaria o Congresso do peso de forçá-lo à renúncia.
Só falta um ponto para que o acordo seja dado por completo: o nome. O nome do eventual sucessor de Temer. Ou melhor: os nomes.
Podem ser dois ou três: um para presidente, outro para vice, e caso Rodrigo Maia (DEM-RJ) venha a ser o escolhido para completar o mandato de Temer, um nome para presidir a Câmara dos Deputados na vaga dele.
Se a oposição (PT, PC do B, PSOL, REDE e frações do PPS e do PSB) quiser participar do acordo, será bem-recebida. E parte dela, pelo menos, encontrará abrigo no novo governo. Do contrário, que fique onde está e que cumpra o seu papel.
Isso tudo quer dizer que há uma grande conspiração para derrubar Temer? Não. Apenas política se faz assim.
O objetivo final é a conquista ou manutenção do poder. Os partidos que hoje estão com Temer poderiam até preferir seguir com ele. Se impossível, que ele saia e eles fiquem.
Naturalmente, o acordo está sujeito a chuvas e trovoadas. E haverá muitas nos próximos dias. Os mais pessimistas dizem que o dilúvio sequer começou. Os otimistas…
Não há otimistas.
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