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Situação no Paraná é diferente, diz Fiep

Situação no Paraná é diferente, diz Fiep

O economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) Roberto Zurcher concorda que o Brasil vive um processo de desindustrialização, que, segundo ele, se caracteriza pela “perda da densidade industrial”. “Ocorre quando deixamos de ter cadeias produtivas completas”, explica. Isso acontece, de acordo com Zurcher, em setores de mais tecnologia. A reportagem é da Folha de Londrina.

“Por exemplo: quando o País deixa de fabricar determinados componentes do computador e passa e comprar esses componentes no exterior, ele está rompendo uma cadeia produtiva completa e se desindustrializando”, afirma.

Alta carga tributária, deficiências de infraestrutura, e real apreciado são as principais causas desse processo, de acordo com o economista. “Além disso, temos concorrente (China) que não é economia de mercado de fato, o que impede uma competição saudável”, declara.

Por ter foco no agronegócio, o Paraná, na opinião de Zurcher, não estaria num processo de desindustrialização. “Temos aqui a cadeia completa da agroindústria”, ressalta. Apesar disso, de acordo com ele, a indústria local sofre pelo desaquecimento econômico do País. “O modelo que o Brasil adotou, de incentivo ao consumo, esgotou-se. O crescimento baseado no crédito atingiu seu topo e não faz mais a economia crescer”, afirma.

Além disso, o economista destaca a inflação próxima do teto da meta como outro fator a prejudicar a indústria no Paraná. “Com preços em alta, o poder de compra do consumidor cai”, justifica. Para ele, devido às eleições, 2014 é um ano perdido. Zurcher diz que não é “exagero” acreditar que os investidores vão preferir esperar o resultado das urnas e as novas propostas dos eleitos para tomarem decisões sobre investir ou não no País.

Questionado sobre o fato de a indústria ainda ter criado mais de 12,5 mil empregos no Paraná no primeiro semestre, ele afirma que isso se deve ao fato de a agroindústria ainda estar processando parte da safra. “E também porque, no setor industrial, a última coisa da qual os empresários abrem mão são seus empregados. Neste setor, a mão de obra demanda investimentos e então os patrões tentam segurá-la ao máximo”, declara.