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Situação dos produtores de leite preocupa governo federal, diz Zeca Dirceu

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PR), disse neste sábado, 24, que vai levar aos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e serviços), e Carlos Fávaro (Agricultura) e à Camex (Câmara de Comércio Exterior) a preocupação dos produtores do sul do país – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul – com o aumento importação de leite e seus derivados da Argentina e Uruguai e o impacto à produção nacional. O assunto já foi debatido com Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário. “O Brasil importou quase 70 mil toneladas de leite, creme de leite e laticínios no primeiro quadrimestre deste ano, o triplo de comparado ao ano passado”, disse Zeca Dirceu.

A escalada na importação se deve, segundo o deputado, ao aumento dos custos de produção e vários condicionantes, entre eles, a estiagem que impacta na produção do milho, na falta de água e os insumos, como os fertilizantes para produzir comida para o rebanho, que subiram mais de 100% entre 2021 e 2022. “Ao MDS, os produtores pedem medidas de apoio à produção familiar, uma das marcas na atividade dos três estados do sul”.

Segundo a Confederação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Contraf), nos últimos tempos, diversos agricultores e agricultoras têm abandonado a atividade diante da falta de incentivos e das dificuldades na produção. “Em 2022, conforme apontado pelo IBGE, a produção de leite no Brasil registrou uma queda de 5,05% em relação à 2021. Também, no primeiro trimestre de 2023, foram importados de países do Mercosul 5,848 bilhões de litros, além disso, houve um aumento muito grande na importação de leite em pó”, aponta a Contraf.

Demandas
Os agricultores pedem políticas emergenciais e a curto prazo, a Contraf defende o restabelecimento das tarifas que reduziram as taxas de importação e a implementação de tarifa externa comum para a importação de leite e seus derivados dos países do Mercosul por um período de seis meses.

A Contraf defende que o governo federal venha comprar a produção leiteira da agricultura familiar e suas cooperativas, visando os mercados institucionais, PAA e formação de estoques, além de garantir um preço justo para o leite pago aos produtores.

Em médio prazo, a Contraf propõe a construção de uma política que assegure preços justos frente às oscilações do mercado,  a definição dos valores no mês anterior antes de ser comercializado, o pagamento no máximo no quinto dia útil do mês e a redução de impostos sobre produtos da cadeia de produção.

“Além disso, o objetivo também é encontrar soluções para reduzir os custos de produção e implementar estratégias voltadas à autonomia da agricultura familiar, com novas alternativas tecnológicas, como por exemplo, a produção a pasto”, diz a Contraf;

No Paraná
Dados do Deral (Departamento de Economia Rural), o Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,3 bilhões de litros produzidos em 2021, principalmente nas regiões dos Campos Gerais e do Sudoeste. Esse volume gerou naquele ano Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 9 bilhões. Entre os dias 8 a 11 de agosto, a Cidade do Leite em Castro vai receber o Agroleite.