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Site expõe nomes de 233 torturadores do regime militar, baseado no acervo de Luis Carlos Prestes

O portal da Revista de História da Biblioteca Nacional apresenta uma lista com 233 nomes da acusados de tortura que fizeram parte da repressão social e política no Brasil, durante o período entre 1964 e 1985, quando vigorou o regime militar.

O material apresenta reproduções de documentos datilografados que integram o acervo pessoal do militante político Luiz Carlos Prestes, onde aparecem informações como o nome completo, o apelido e algumas referências sobre a atuação dos integrantes da repressão.

A lista do terror faz parte de uma reportagem especial sobre a vida do militante comunista e líder da “Coluna Prestes”, um dos principais acontecimentos políticos brasileiros, publicada na revista da Biblioteca Nacional, edição de janeiro de 2012.

Os nomes dos 233 militares e policiais constam do relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil, elaborado por presos políticos. O documento também desmonta as farsas montadas pelo militares para tentar esconder a crueldade e a violência da repressão, além de descrever ações de secretas sessões de torturas. A relação dos torturadores foi possível graças ao trabalho de identificação e apontamento realizado pelos presos políticos que cumpriram penas nos porões do regime militar.

O relatório da década de setenta foi confeccionado em três partes, debatido em três encontros seguidos, nos anos de 1973, 1974 e 1975, quando se chegou à versão final, com informações sobre a repressão e os nomes dos torturadores. Não é possível afirmar se Prestes participou da confecção do documento, já que nessa vivia exilado na União Soviética.

Logo após ter sido elaborado, o relatório foi enviado ao presidente da presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Caio Mário da Silva Pereira, mas só foi noticiado pela primeira vez em junho de 1978, no semanário alternativo “Em Tempo”, que bateu recorde em vendas nas bancas, mas que sofreu atentados nas sucursais de Curitiba e Belo Horizonte.

O acervo de Luiz Carlos Prestes será todo doado para o Arquivo Nacional, pela esposa do líder comunista, Maria Prestes. Entre cartas, fotografias e documentos de parente importante da vida política brasileira, está o relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil.

O documento cita as ações de militares, policiais e delegados na tortura, revelando que muitos deles tiveram o primeiro contato com o terrorismo de Estado atuando como carcereiros ou outras atividades simples ou secundárias, até passarem a integrar o Comando de Caça aos Comunistas (CCC) ou serem financiados pela Operação Bandeirantes (Oban). Acesse os nomes em www.revistadehistoria.com.br

(Guatá)