O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná presta solidariedade à colega Gisah Batista, da RPC TV, vítima de injustificável e cruel ironia pública após a divulgação na internet nesta semana de uma entrada ao vivo no Paraná TV veiculada há cerca de um mês na qual aparece atendendo o celular para estabelecer contato com o link.
A um só tempo, a jornalista da RPC TV foi vítima da falta de condições adequadas de trabalho e da intolerância aos erros (no caso, suposto) dos jornalistas em trabalho.
Operando com uma unidade móvel que não conta com o “retorno”, Gisah estava sendo informada pelo celular de sua entrada ao vivo. No entanto, o aparelho sofreu uma interferência e a repórter teve de trabalhar “às escuras”, sem ter certeza sobre se estava ou não no ar.
Imaginando que ainda não estivesse com o link sendo veiculado, atendeu ao telefone, supondo estar sendo chamada pela coordenação do link, como de fato estava.
Internamente, a falha foi apontada como sendo da engenharia – e não da repórter, o que não impediu que, com a divulgação do vídeo na internet, surgissem ironias e boatos de que Gisah teria sido demitida, o que jamais foi cogitado pela emissora.
“Por causa desta falha técnica fui tachada de incompetente, incapaz, mas estou com a consciência tranquila”, afirmou a jornalista, ainda surpresa com os boatos sobre demissão. Após a disseminação do vídeo no YouTube, nos blogs e twitter comentários maldosos e até agressivos foram a tônica, mas o que aborreceu Gisah foram as críticas veiculadas em sites jornalísticos, alguns dos quais nem procuraram informações detalhadas dela e da emissora.
“Fiquei espantada com a forma como fui julgada sem se interessarem em saber o que realmente aconteceu”, disse a jornalista.
Se é verdade que a RPC TV soube identificar a natureza da falha e eximir a jornalista de qualquer responsabilidade, é certo que a empresa não pode expor os jornalistas a condições de trabalho inadequadas, capazes de comprometer a qualidade do produto editorial e colocá-los em situações vexatórias.
O “link cego” não foi mais usado pelos repórteres da RPC TV, também por insistência destes, que se recusaram a trabalhar com o equipamento. Que a RPC o aposente e permita que todos os jornalistas tenham condições adequadas de trabalho.
À Gisah fica reiterada nossa solidariedade, pois poucos sabem os meandros do fazer jornalístico e os riscos a quem expõe a credibilidade todos os dias nos veículos de comunicação.
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