O presidente do Simepar, Eduardo Alvim, afirmou nesta terça-feira (29) que o órgão vai agregar tecnologia à ação de monitoramento e proteção das barragens do Paraná. Segundo ele, o instituto está muito ligado ao sistema de Defesa Civil do Estado e, por isso, o trabalho terá muito foco em gestão de risco.
A declaração foi dada em entrevista concedida junto com o secretário interino do Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Everton Luiz da Costa Souza, que reforçou que no Paraná a maioria das barragens existentes é de baixo risco.
No Estado, estima-se que há mais de 500 barragens de captação de água, sendo que 60 já foram avaliadas para identificar o grau de risco – baixo, médio ou alto. Segundo Souza, não existe nenhum risco iminente à população, mas barragens consideradas de alto risco estão recebendo uma atenção maior.
PARCERIA – Para fortalecer as ações de prevenção de desastres, a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável firmará contrato de gestão com o Simepar para a realização de um levantamento de todas as barragens existentes, principalmente das que não possuem registro nas agências de água e mineração no Estado.
No Paraná, a maioria das barragens é para uso de irrigação, abastecimento de água, geração de energia, proteção de meio ambiente e recreação. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM) existem no Estado três barreiras de rejeito. “As barragens precisam de um controle maior e é essa ação que o Estado vai tomar para poder estabelecer esse controle”, ressaltou Everton.
ETAPAS – O diretor-presidente do Simepar explicou que o trabalho que intensificará a fiscalização e o monitoramento das barragens em todo o Paraná será realizado em duas etapas. A primeira é de inventário, para obter uma visão geral de quais são as barragens, onde está a propriedade, qual o uso e a situação.
“Num segundo momento se estabelece o regime de protocolo. Tudo isso feito em conjunto com o Simepar e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, focados em protocolos que sejam seguidos para a caracterização de cada uma dessas estruturas”, disse ele.
Depois, conforme o caso e a avaliação de riscos e danos potenciais, se desenvolvem as estratégias específicas. “Nem todas merecerão a modelagem de ruptura das barragens. Isso é feito quando é necessário, quando o risco de ruptura e os impactos observados são relevantes. Então cada caso será tratado conforme a relevância”, explicou.
FORTALECIMENTO – As estratégias de ação já estão sendo estabelecidas. Segundo o diretor-presidente do Simepar, será necessário atrair e qualificar profissionais de mercado para trabalhar em conjunto com o Estado.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) participará dos trabalhos, principalmente na atração de profissionais sobre a questão de gestão de risco em reservatórios e na segurança de barragens. “A ideia é trazer o conhecimento técnico, eventualmente a qualificação de profissionais, que podem não ser da UFPR mas que passam por um crivo nosso e um auxílio na relação”, disse o professor Eduardo Gobbi.
Segundo ele, é possível buscar profissionais de outras universidades estaduais e federais, uma vez que o Brasil têm profissionais de alto nível espalhados pelo País. “Nosso papel vai ser ajudar em toda essa relação e desenvolver tecnologias e pesquisa, caso haja necessidade”, afirmou.
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