A primeira sessão sem líder do Executivo na Câmara de Vereadores de Londrina, na tarde de ontem, já gerou a primeira polêmica. O vereador Joel Garcia (PP) questionou um projeto do prefeito Barbosa Neto (PDT), com pedido para tramitação em regime de urgência, que abre um crédito adicional suplementar, de R$ 2.651.530,80, no atual orçamento do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), destinado à implantação de um Laboratório de Análise de Alimentos no Parque Tecnológico Francisco Sciarra (região Leste) e a um projeto de sinalização turística para orientar os usuários do sistema viário. Segundo informações no texto do projeto, os recursos são oriundos de excesso de arrecadação verificado com a transferência de recursos de convênios firmados com a União no ano passado, com os ministérios de Ciência e Tecnologia e do Turismo.
O vereador Joel Garcia solicitou que o projeto fosse retirado de pauta, já que não havia na sessão um líder do Executivo para defender e explicar a matéria aos vereadores.
O principal problema para o vereador de oposição era a destinação de verba à sinalização turística. ”Onde serão colocadas essas placas? Tem lugar para colocar esse tanto de placa turística? Será que é para isso que será usado esse dinheiro?”, provocou.
Como o dinheiro provém de um convênio, porém, a matéria tinha que ser aprovada até o próximo dia 19. Por isso, o presidente da Casa, Gerson Araújo (PSDB), sugeriu que ela fosse aprovada já em primeira discussão e, depois, alguém explicaria melhor o projeto. A sugestão foi acatada e o projeto passou em primeiro turno.
Sem nome
Durante o impasse, o vereador Sebastião dos Metalúrgicos (PDT), que integra a base do prefeito, acabou ficando em uma situação delicada. Na discussão, alguns vereadores sugeriram que ele deveria retirar o projeto de pauta e convocar alguém que explicasse a matéria aos vereadores.
Sebastião acabou alegando que até poderia ”pedir para alguém” ir à Câmara, mas negou a possibilidade de assumir a cadeira deixada por Jairo Tamura (PSB) na terça-feira última. ”Não posso ser líder, não teria condição de ser hoje porque nem falei com o prefeito.”
Tito Valle (PMDB) provocou completando que é lamentável o fato de ”ninguém, nem do próprio partido do prefeito, querer assumir a vaga de líder”. ”Precisamos de alguém para retirar projetos. Parece aquela história do navio que afundou e o primeiro que saiu foi o comandante. Parece que a história se repete aqui.”
Na coletiva de imprensa ontem pela manhã, o prefeito sugeriu que poderia ”inovar” e deixar a Casa sem líder para defender seus projetos. ”Não conversei sobre isso, não sei se teremos um líder. Acho que os projetos que são bons para a cidade têm que ser votados favoravelmente.”
O presidente da Câmara, Gerson Araújo, explicou que ”não há nada no Regimento Interno que obrigue a presença de um líder”. ”Eu acho que ele vai acabar nomeando alguém, mas, se não nomear, continuamos o trabalho normalmente. O próprio plenário pode, por exemplo, deliberar uma retirada de projeto da pauta”, explicou.
Fonte: Folha de Londrina
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