O deputado paranaense Osmar Serraglio (PMDB) se viu no olho do furacão nas últimas semanas ao presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados no processo que analisa a decisão do Conselho de Ética de recomendar a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB). Hoje, dias depois da CCJ ter rejeitado o recurso do ex-presidente da Câmara, Serraglio diz que foi feito justiça ao trabalho dele quando os integrantes da Comissão reconheceram que ele cumpriu o regimento. Ainda assim, a imagem do deputado foi afetada ao ser identificado durante o processo como aliado de Cunha. Se durante o processo, Serraglio sabia que sua imagem havia se desgastado, talvez, de forma irreversível, hoje avalia que soube reagir e que, com o tempo, todos saberão que ele agiu dentro da lei. As informações são de Denise Mello na rádio Banda B.
“Eu reagi, sou advogado, professor de direito na universidade e sempre ensina que quem não luta pelos seus direitos não é digno dele. Você conseguir no Jornal Nacional um direito de resposta mostra que estou correto, acho que isso até fortalece minha imagem, mostra que sei lutar pelos meus direitos e não ser injustiçado. Só houve elogios pelo trabalho que fiz à frente da Comissão de Constituição e Justiça. Ninguém contestou ou recorreu de nenhuma atitude minha. Claro que vou demorar para recuperar minha imagem, mas devagarinho as pessoas vão reconhecendo”, afirmou Serraglio em entrevista à Banda B nesta segunda-feira (18).
O peemedebista explicou que, como presidente da CCJ, apenas cumpriu o Regimento Interno da Casa reforçando que, na quarta-feira (13), quando foi chamado de golpista por adiar a sessão que decisão a situação de Cunha para quinta-feira (14), não tinha como tomar outra atitude. Serraglio recebeu duros protestos quando suspendeu a reunião da CCJ e convocou uma nova reunião para o dia seguinte, quando o recurso de Cunha acabou derrotado.
“Tanto que no dia seguinte levamos cinco horas para obedecer todo o rito. Não havia como fazer a votação na quarta-feira no fim da tarde. Não estávamos discutindo se ele devia ser condenado ou não, estávamos examinando se o procedimento do Conselho de Ética tinha nulidade. Agora, a última coisa que a CCJ poderia ser acusada é de ter descumprido o regimento. Também criticaram que eu dei a palavra pro Cunha várias vezes e, por isso, o estaria beneficiando, mas era um direito dele, se não fizesse isso daria nulidade da reunião. Só que alguns dois ou três deputados pirotecnistas, que gostam de aparecer, saíram me chamando de golpista, mas daí, na quinta, todos desfilaram nos microfones me elogiando”, disse Serraglio.
O deputado paranaense nega veementemente ser aliado de Cunha em relação à conduta dele. “Aos que insistem que sou aliado de Cunho, que indiquem um ato na comissão que tenha facilitado a vida de Cunha descumprindo o regimento. Aliado de Cunha fui sim lá atrás, no processo de impeachment de Dilma. Mas ter sido aliado lá atrás por isso não significa que seja aliado de Cunha em relação a conduta dele”, finalizou Serraglio garantindo que, no plenário, votará pela cassação de Cunha. “Com certeza vou votar pela cassação”.
Deixe um comentário