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Serraglio condena farsa do Planalto na CPI da Petrobras

Serraglio condena farsa do Planalto na CPI da Petrobras

“Uma investigação de verdade pressupõe pegar o investigado de surpresa”, disse o deputado Osmar Serraglio (PMDB) à revista Veja

O deputado federal Osmar Serraglio (PMDB) afirmou em entrevista à revista Veja deste final de semana que “uma investigação de verdade pressupõe pegar o investigado de surpresa”. Disse que durante a CPI dos Correios que investigou o mensalão, da qual foi o relator, os investigados jamais receberam as perguntas previamente nem foram ajudados pela equipe técnica da comissão nas respostas. Por um simples motivo: para avançar, uma apuração precisa surpreender seus alvos e força-los a revelar aquilo que querem esconder, justamente o contrário da meta perseguida pela fraude denunciada na CPI da Petrobras.

Serraglio vai além. “Como falar em investigação se já se sabe tudo o que será perguntado e respondido. Imagine um promotor ou um delegado alertando o investigado sobre quais questionamentos serão feitos a ele. Isso é ridículo”, afirmou indignado e com respaldo pelo trabalho que realizou. O Relatório final da CPI que comandou, serviu de prova para a cassação de deputados e a condenação de políticos como José Dirceu, banqueiros, empresários, entre outros.

A matéria da Veja destaca ainda que se durante a CPI dos Correios, relatada por Serraglio, houvesse a distribuição de gabarito e acordo clandestino entre investigadores e investigados, o marqueteiro Duda Mendonça dificilmente teria admitido que recebeu no exterior, via caixa dois, o pagamento pelos serviços prestados à campanha presidencial de Lula de 2002.

“A CPI dos Correios fez com que o pessoal se blindasse. Desde então, houve um desvirtuamento das CPI’s. Não adianta nada a constituição garantir à minoria o direito de investigar se a maioria se acha no direito de fechar as portas para a investigação”, declarou.

A edição anterior da revista Veja revelou uma fraude perpetrada por funcionários graduados da Presidência da República e da Petrobras, em parceria com a Liderança do PT no Senado, com a finalidade de desmoralizar a CPI que investiga a empresa e ludibriar a opinião pública. Na trama, os investigados recebiam as perguntas dos senadores com antecedência e eram treinados para responder o que era interessante para evitar a apuração de denúncias de corrupção. Diferentemente de Serraglio, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, diz que isso é normal.